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Itaú lucra R$ 3,4 bi e demite 700 no trimestre

Linha fina
De janeiro a março deste ano, resultado foi 1,4% maior que no mesmo período de 2012, mas cortes de emprego continuam
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São Paulo – O Itaú teve lucro líquido de R$ 3,472 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2012. A rentabilidade do banco manteve-se alta, alcançando 19,1% de janeiro a março de 2013. O balanço dos primeiros três meses do ano foi divulgado pela instituição nesta terça-feira 30.

O patrimônio líquido atingiu R$ 74,4 bilhões, com crescimento de 2,7% em relação aos primeiros três meses de 2012. E os ativos totalizaram R$ 1,03 trilhão no último 31 de março, apresentando aumento de 1,4% em relação ao final de 2012 e de 14,7% sobre 31 de março do ano anterior.

“Os resultados confirmam a saúde financeira do banco e mostram que o Itaú pode valorizar seus funcionários ao invés de puni-los com demissões, com sobrecarga de trabalho e pressão por metas. Problemas que têm sido denunciados pelos bancários e têm sido alvo de protestos do Sindicato, dentro da Campanha por Valorização no Itaú”, afirma a presidenta da entidade, Juvandia Moreira.

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Crédito – A carteira de crédito total alcançou o saldo de R$ 456.162 milhões, com crescimento de 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2012 e de 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crédito pessoa física cresceu apenas 2,4% em um ano e 1,6% no trimestre. O destaque negativo foi a carteira de veículos que teve queda de 17,8% em relação a março de 2012; já a carteira de pessoas jurídicas cresceu 9,2%, com destaque para Grandes Empresas, que elevou-se em 17,2%.

Receitas – As receitas de intermediação financeira caíram 21,9%, sendo que as que provêm das operações de crédito tiveram queda de 11%, os resultados de títulos e valores mobiliários diminuíram 27% e o resultado de aplicações compulsórias caiu 55,6%. A explicação para o menor resultado nesses indicadores é a redução da taxa básica de juros, a Selic, e dos spreads bancários, que é a diferença entre diferença entre o que o banco cobra para emprestar e o que ele gasta para captar dinheiro.

Despesas – Ainda que as receitas do banco tenham diminuído, o resultado do trimestre manteve-se positivo porque as despesas da instituição financeira também caíram, já que em boa parte elas também dependem da Selic. Ou seja, a queda da Selic também reduz alguns custos do banco.

Entre janeiro e março deste ano, as despesas da intermediação financeira caíram mais ainda do que as receitas. A principal despesa do banco, a de captação, teve queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2012.

Queda da inadimplência – Caiu de forma significativa a inadimplência do Itaú, chegando a 4,5% contra 5,1% um ano atrás (0,6 p.p.). A inadimplência de pessoa física caiu de 7,5% para 6,7% e pessoa jurídica caiu de 3,3% para 2,9%. Apesar de a inadimplência já estar em queda desde meados do ano passado, somente agora o Itaú reduziu de forma consistente as despesas de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). O que também influi positivamente no lucro. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o PDD caiu 18,0%, e em relação ao quarto trimestre de 2012 a queda foi de 18,5%.

Tarifas – O balanço mostra também que as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias apresentaram crescimento de 11,5%, atingindo R$ 5,580 bilhões neste primeiro trimestre. No conceito recorrente a elevação foi de 18,8%. Somente com esta receita a empresa cobre 153% do total das despesas de pessoal. Um ano atrás essa cobertura era menor (147,5%). Isso ocorre porque o Itaú continua reduzindo sistematicamente seu quadro de trabalhadores, desde março de 2011.

Cortes – De janeiro a março de 2013 o Itaú cortou nada menos que 708 postos de trabalho, chegando a um total de 89.615 empregados no Brasil. Em um ano, a redução de vagas de emprego foi de 6.679.

“É inadmissível que num cenário de lucro e rentabilidade altos e inadimplência baixa, o Itaú promova essa grande quantidade de demissões. Diminuir postos de trabalho nesse momento em que o Brasil caminha para o pleno emprego é um desserviço para o país e desmente a suposta responsabilidade social e ambiental que o banco tanto alardeia”, critica a diretora executiva do Sindicato Ivone Maria da Silva.


Andréa Ponte Souza - 30/4/2013

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