São Paulo – Em abril de 2012, a Caixa Federal iniciou um processo de redução de suas taxas de juros, seguindo ofensiva do governo federal contra os spreads bancários no Brasil, um dos mais altos do mundo. Um ano depois, o balanço da instituição mostra, mesmo com juros mais baixos, o maior percentual de crescimento do lucro entre os grandes bancos, 12,5%, alcançando R$ 1,3 bilhão em março deste ano.
No mesmo período a carteira de crédito da Caixa evoluiu 43% e atingiu saldo de R$ 390,6 bilhões. E as receitas com operações de crédito tiveram incremento de 21,1%, alcançando R$ 9,9 bi – ao contrário dos bancos privados que apresentaram queda nas receitas de crédito.
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Ao comentar o balanço, divulgado na quinta-feira 9, o vice-presidente do banco, Márcio Percival, comemorou o resultado atribuindo-o ao programa Caixa Melhor Crédito (como foi denominado o conjunto de linhas de empréstimos com juros mais baixos). “Estamos comemorando um ano do nosso programa. Mudamos o patamar de originação de crédito. O resultado mostra que a estratégia de reduzir as taxas de juros e crescer o volume de negócios deu certo”, afirmou. O executivo também informou que a Caixa está concedendo cerca de R$ 1 bilhão de empréstimos por dia quando, há um ano, a média diária era de R$ 550 milhões.
Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, os números apresentados pela Caixa comprovam que apostar no aumento do volume de operações dá certo. “Os juros mais baixos atraíram clientes, aumentaram as transações bancárias e resultaram num crescimento surpreendente do lucro. Agora é preciso ressaltar que o maior volume de operações não pode resultar em sobrecarga de trabalho para os bancários.”
Mais contratações – Segundo a nota, no primeiro trimestre de 2013 foram abertas 108 novas agências e postos de atendimento, 200 unidades lotéricas, além de 203 novas salas de autoatendimento. E para isso foram investidos R$ 688 milhões.
O diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa Kardec de Jesus lembra que para melhorar o atendimento não basta expandir a rede, é preciso que o banco contrate no mesmo ritmo. “A velocidade de contratação não é a mesma da expansão. Por isso há, por exemplo, agências sendo inauguradas com apenas cinco empregados. Isso resulta em sobrecarga de trabalho, pressão por metas cada vez mais abusivas, assédio moral e adoecimento dos empregados”, critica.
O balanço aponta aumento do número de postos de trabalho, contudo, o crescimento do emprego não se dá na mesma proporção que a evolução de outros indicadores. O número de contas correntes, por exemplo, cresceu 18% enquanto o de empregados cresceu 9%. “Esses dados demonstram o aumento do volume de serviço de cada bancário da Caixa”, reforça Kardec.
Empréstimos – Segundo nota divulgada no site do banco, a contratação de crédito totalizou R$ 88,2 bilhões no primeiro trimestre do ano, sendo que o crédito comercial respondeu por R$ 51,1 bilhões, crescimento de 54,5% em relação ao mesmo período de 2012. As operações com pessoas físicas alcançaram R$ 27,3 bilhões, enquanto as com pessoas jurídicas atingiram R$ 23,8 bilhões, aumento de 50,9% e 59%, respectivamente, comparadas ao mesmo período do ano passado.
Nos primeiros três meses de 2013, a instituição originou cerca de 31% do crédito do mercado. Com isso, aumentou para 16% sua participação, evolução de 2,9 pontos percentuais desde março de 2012.
A nota ressalta ainda que o montante dos recursos captados foi recorde para um primeiro trimestre. De janeiro a março, os saldos das captações atingiram R$ 482,3 bilhões, aumento de 27,8% em relação a março de 2012. Com destaque para as captações de poupança, depósitos a prazo e letras imobiliárias e financeiras, com captação líquida de R$ 17,2 bilhões, evolução de 67%.
Além disso, foram cerca de 6 milhões de novos clientes desde março de 2012, dos quais 1,3 milhão apenas no primeiro trimestre deste ano. Com isso a base de clientes aumentou para 66,6 milhões, crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2012. O banco atribui todos esses resultados ao Caixa Melhor Crédito.
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Andréa Ponte Souza - 9/5/2013
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Principal responsável pela elevação de 12,5%, para R$ 1,3 bilhão, foi o aumento da carteira de crédito. Sindicato cobra mais contratações para dar conta da crescente demanda
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