São Paulo – Os bancários que precisam utilizar serviços médicos ou odontológicos oferecidos pelo Itaú tem de se preparar para aborrecimentos e desrespeito. A lista de problemas relacionados aos convênios é extensa.
De acordo com relatos enviados ao Sindicato, os procedimentos garantidos no contrato muitas vezes são negados e realizados apenas mediante pagamento. Quando o bancário consegue agendar atendimento dentro do plano, precisa aguardar autorização das operadoras - Interodonto, Odontoempresas, Odontoprev e Uniodonto.
Para piorar, a relação de clínicas e consultórios do plano odontológico disponível no site está desatualizada, o que dificulta ou mesmo impossibilita o agendamento de consultas.
A diretora do Sindicato Valeska Pincovai explica que os valores dos planos foram reajustados no mês de maio e a qualidade do serviço é péssima. “Os dentistas dizem que não vale a pena atender por convênio, pois a burocracia para receber é muito grande e o valor é muito pequeno.”
De acordo com a diretora, alguns bancários afirmam que quando precisam realmente de um dentista, acabam realizando tratamento particular.
Convênio médico – O plano de saúde também anda causando dores de cabeça. De acordo com denúncias, desde que o convênio passou a ser administrado pela Porto Seguro Saúde, ocorreram vários descredenciamentos, tanto por pedido de médicos e clínicas, quanto por iniciativa do próprio Itaú.
Uma bancária conta que o aumento na burocracia e a má qualidade no atendimento também aumentaram. "Recusaram a cirurgia proposta, fiz consultas inúteis para segunda opinião médica e até agora nada. Estou precisando realizar uma cirurgia de coluna e a cada momento há jogo de empurra", afirma.
A diretora executiva do Sindicato Marta Soares conta que a entidade vem cobrando o banco sobre as mudanças no plano. “Nós colocamos para o Itaú que como a administração do plano mudou, seria pertinente divulgar internamente essas alterações estruturais.”
Clínica Blue Star – O Sindicato conseguiu intervir, nesta segunda-feira 3, no descredenciamento da clínica Blue Star, na zona norte de São Paulo, que atende em média 600 bancários do Itaú por mês em especialidades como ortopedia, psiquiatria, endocrinologia, dentre outras.
“Nós obtivemos um documento da Porto Seguro dizendo que a partir de primeiro de junho eles não estariam mais atendendo. Nós enviamos este documento ao banco e conseguimos fazer com que o atendimento fosse mantido”, conta Valeska.
Pesquisas – Em publicação do ranking da ANS sobre as operadoras de plano de saúde que mais receberam reclamações no mês de abril, a Fundação Itaú aparece em 3º lugar dentre as empresas de autogestão e em 14º em relação a todos os planos de saúde de médio e grande porte. “Para os próximos dias nós teremos retorno de uma pesquisa de satisfação que o movimento sindical encomendou a respeito do plano de saúde”, conta Marta.
Rodolfo Wrolli – 3/6/2013
