São Paulo - O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota anunciou na segunda 15 que pretende criar uma espécie de fórum composto por representantes de diversos segmentos da sociedade para atuar na formulação de propostas na política externa brasileira.
O grupo também teria o papel de acompanhar a implementação e os resultados de programas e iniciativas nessa área.
O anúncio do ministro foi feito durante sua palestra na Conferência Nacional “2003-2013: Uma Nova Política Externa”, realizada no campus São Bernardo da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC).
Após sua fala, Patriota recebeu uma carta assinada pelo Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI) que reivindica maior transparência e democracia na política externa brasileira. A carta foi lida em público. Ao recebê-la, o ministro afirmou que o documento é mais um motivo para a concretização do projeto.
Desde sua implantação, o GR-RI, composto por representantes do mundo acadêmico, movimentos sociais, partidos e governos, tem feito essa reivindicação.
“Esse fórum terá uma composição equilibrada”, disse depois Patriota à imprensa, “com pessoas do mundo acadêmico, ONGs, sindicatos, setor privado e de grupos ligados a questões de gênero, racial e outros”. O ministro acredita ser possível apresentar oficialmente o projeto entre setembro e novembro.
Segundo sua assessoria, a minuta do projeto está praticamente concluída. Numa próxima etapa, será enviada à Casa Civil, para análise e ajustes jurídicos, e segue para a presidenta Dilma transformá-la em decreto. A ideia é que Dilma o faça depois da participação dela na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
“É uma iniciativa importante, que responde a uma pressão que temos feito”, avalia Artur Henrique, presidente do Instituto de Cooperação da CUT e secretário-adjunto de Relações Internacionais da Central. “Vamos cobrar para que esse grupo tenha a maior efetividade possível”.
Conferência Nacional - A Conferência é organizada pelo GR-RI e seu objetivo é discutir qual papel o Brasil assume no novo cenário global e O que significa a nova responsabilidade do país nas organizações multilaterais como a OMC, a FAO ou a OEA. Também debate qual a atuação brasileira na região e nos novos fóruns da política internacional (BRICS, IBSA, IBAS, G20).
Isaías Dalle e Rosane Bertotti, da CUT, com edição da Redação - 16/7/2013
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Protagonismo, cobrado por diversos segmentos, foi anunciado pelo ministro das Relações Exteriores durante Conferência de Política Externa
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