São Paulo – Garantir igualdade de oportunidades no local de trabalho é a principal reivindicação do Sindicato também para os trabalhadores com deficiência. E há muito para avançar.
No dia 24 de julho a Lei das Cotas completou 22 anos. A legislação prevê, no artigo 93, que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência. A data foi motivo também de manifestação. O Sindicato participou de um ato na terça-feira 30 na região da Avenida Paulista.
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No entanto, segundo a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, muitas instituições financeiras preenchem a cota contratando funcionários com algum tipo de deficiência, mas não oferecem as condições de trabalho que deveriam. “Em alguns locais não há acessibilidade. Em muitos bancos, não existe plano de carreira para a ascensão profissional desse bancário com deficiência. Uma grave falha da gestão dos bancos, que nem sequer informam o número de trabalhadores com deficiência empregam”, ressalta a dirigente.
Com base em dados do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais), a Fiesp informou ter ocorrido um gradativo aumento de vagas aos portadores de deficiência no estado de São Paulo, onde se concentram um terço das ofertas registradas no país. Em São Paulo, ingressaram 96.252 pessoas em 2009; 100.305 em 2010 e 110.605 em 2011. Deste total, 38% ou 42.063, foram postos gerados na indústria e na construção civil, representando 38% do total. Em todo o Brasil somaram, em 2010, 306.013 vagas e, em 2011, 325.291.
Em 2012, de acordo com a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, as 306 mil carteiras de trabalho assinadas de pessoas com deficiência representavam apenas 0,7% do total de empregos formais do país, onde há 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, das quais 29 milhões em idade economicamente ativa.
“No geral, o avanço de inclusão é visível, mas insuficiente, ainda enfrenta resistência do setor empresarial, principalmente dos bancos, e o resultado precisa ser qualitativo e não apenas quantitativo”, ressalta Marta Soares. “Já fizemos pressão para que algumas instituições financeiras instalassem piso tátil para melhorar o acesso em suas concentrações. Algo com baixo custo para os bancos, mas essencial para que o trabalhador com deficiência tenha condição de trabalho, por exemplo”, ressalta a dirigente. “Falta tecnologia específica para esses bancários, ergonomia adequada. Falta piso tátil, que normalmente é instalado apenas em agências, para utilização dos clientes, o que está correto, mas funcionários dos centros administrativos reivindicam esta mesma demanda e todos os bancos têm plenas condições de atender.”
Sindicato Cidadão – Para averiguar as dificuldades e propor soluções o Sindicato faz parte da Câmara Paulista criada pela Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE) para a Inclusão da Pessoa com Deficiência (PCDs) no mercado de trabalho.
Recentemente, o secretário adjunto da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Tuca Munhoz, visitou a sede do Sindicato para conhecer a estrutura e acessibilidade das instalações, que recebe bancários com deficiência diariamente, que estudam no Centro de Formação Profissional do Sindicato e também contam com os serviços na sede. “A sede do Sindicato é um exemplo de que é possível oferecer acessibilidade aos trabalhadores”, finaliza Marta.
Gisele Coutinho, com informações da Agência Brasil – 31/7/2013
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Bancos devem garantir acessibilidade em todos os locais de trabalho e não somente em agências, para os clientes verem
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