São Paulo – Em sua ronda diária pelas agências da base, dirigentes do Sindicato flagraram uma cena infelizmente cada vez mais comum nos bancos. Uma unidade, dessa vez no Itaú da Vila Carrão, zona leste de São Paulo, funcionava com apenas um funcionário no “front” de atendimento à população.
Além de não ter tempo nem para deixar seu posto e ir ao banheiro, quanto mais almoçar ou descansar alguns minutos para preservar a saúde, a guerreira bancária ainda tinha de resistir às ofensivas dos clientes presos à fila, reclamando da demora no atendimento.
“Não tivemos outra opção a não ser fechar a agência. Não tem cabimento um banco que lucra bilhões em alguns meses deixar apenas uma trabalhadora para atender um mundaréu de gente”, afirma o diretor do Sindicato Sérgio Lopes, o Serginho, que capitaneou o contra-ataque dos trabalhadores.
A sobrecarga de trabalho é uma das piores consequências da política de aumento do índice de eficiência do Itaú, responsável pelo fechamento de 4.458 postos de trabalho em apenas 12 meses – junho de 2012 a junho de 2013. Desde dezembro do ano passado, foram encerradas 2.264 vagas.
Eles podem – Dinheiro não falta ao Itaú. Segundo balanço do próprio banco, só com as receitas advindas dos serviços e tarifas, o Itaú consegue cobrir as despesas com pessoal em 170%. Ou seja, paga tudo o que se refere ao funcionalismo e ainda volta “troco” equivalente a 70% da folha.
“Os números são claros. Só com o que o banco ganha com os serviços à população daria para ter 70% a mais de funcionários para atender essa mesma população. Ou seja, perto do que arrecada com a sociedade, o Itaú devolve muito pouco”, completa Serginho.
Campanha – Emprego será o tema da segunda rodada de negociações da Campanha 2013, entre o Comando Nacional dos Bancários e representantes da Fenaban, marcada para quinta 15 e sexta 16.
André Rossi - 14/8/2013
