São Paulo – O lucro líquido da Caixa Federal no primeiro semestre deste ano foi de R$ 3,1 bilhões, 10,3% maior que o de janeiro a junho de 2012 e o seu recorde histórico para o período.
O balanço, divulgado nesta quinta-feira 15, mostra também que a instituição pública, que vem baixando suas taxas de juros desde abril de 2012, teve sua carteira de crédito ampliada em 42,5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. De janeiro a junho deste ano, a Caixa contratou R$ 197,3 bilhões em crédito. A carteira de crédito total alcançou saldo de R$ 431,3 bilhões, participação de 16,95% no mercado.
Na segunda-feira 19, representantes dos empregados e da empresa voltam a se reunir em rodada de negociação específica da Campanha Nacional. Será a segunda reunião desta natureza neste ano. A primeira não teve avanços.
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Expansão – No primeiro semestre de 2013, o banco também conquistou 3,6 milhões de novos clientes. Foram abertas 2,9 milhões de contas correntes, totalizando 24,4 milhões, e somou 49,1 milhões de cadernetas de poupança com alta de 10,6% em doze meses. Além disso, abriu 223 novas agências e postos de atendimento.
Sobrecarga – Essa expansão, no entanto, se dá em ritmo maior que o das contratações: entre junho de 2012 e junho de 2013, o número de empregados subiu 7,5%, enquanto o de agências e postos de atendimento cresceu 24,3%.
Os postos de trabalho no banco passaram de 89.035 para 95.632, aumento de 6.597. Já o número de unidades da Caixa chegou a 3.753 em junho de 2013, ante 3.019 um ano atrás. Isso significa que se em junho de 2012 o número de empregados por agências e postos de atendimento era de 29,5, hoje caiu para 25,5.
“Isso prova que os empregados estão cada vez mais sobrecarregados, pois o banco contrata, porém não na mesma proporção em que aumenta o volume de trabalho. Isso resulta em assédio moral pelo cumprimento de metas cada vez maiores e o adoecimento dos bancários. Por isso uma de nossas principais reivindicações na mesa específica com o banco, dentro da Campanha Nacional, é mais contratações. Também é por isso que estamos chamando todos os empregados da Caixa a participarem do Dia Nacional de Luta, na quinta 22”, diz a dirigente sindical Maclaine Torres.
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Folha de pessoal – Os números mostram ainda que só com as receitas de tarifas e de prestação de serviços a Caixa cobre em 105% sua folha de pessoal. Essas receitas cresceram 14,3% atingindo R$ 7,8 bilhões no primeiro semestre de 2013.
Inadimplência menor – Mesmo com a ampliação do crédito, a Caixa apresentou índice de inadimplência de 2,27% no semestre, abaixo do percentual apresentado em março de 2013 (2,34%) e do percentual médio do mercado, de 3,40%.
Outros dados – Os ativos totais administrados alcançaram R$ 1,4 trilhão ao final de junho. Desses, R$ 814,3 bilhões representavam os ativos próprios da instituição, crescimento de 36,7% em 12 meses e de 15,9%, em relação ao total registrado em dezembro de 2012.
Segundo relatório do banco, a ampliação do número de clientes refletiu positivamente no total das captações, cujo saldo chegou a R$ 543,3 bilhões em junho de 2013. A poupança atingiu saldo de R$ 189,7 bilhões, crescimento de 17,2%. Os depósitos e letras alcançaram saldo de R$ 403,8 bilhões, aumento de 27,9% em relação a junho de 2012, com captação líquida total de R$ 27,6 bilhões, evolução de 12,9% em relação ao mesmo período de 2012.
Em nota à imprensa, o presidente do banco, Jorge Hereda, comemora os números e afirma que a aposta na redução de juros para ganhar em escala, iniciada em abril de 2012, deu certo: “O nosso resultado comprova o êxito da estratégia de democratização do crédito, atendendo aos anseios da população brasileira”.
A Caixa, juntamente com o Banco do Brasil, fez parte da investida do governo federal para baixar os custos do crédito e diminuir o spread bancário no país, um dos mais altos do mundo.
Andréa Ponte Souza - 15/8/2013
