São Paulo – Dirigentes sindicais flagraram mais um caso de agência do Itaú com carência de funcionários. Dessa vez foi uma unidade na Quarta Parada, bairro da zona leste, onde apenas uma bancária estava cuidando de todo o atendimento comercial.
“A bancária não podia almoçar, nem tinha tempo de ir ao banheiro. Isso é condição de trabalho desumana na maior instituição financeira privada do país”, indigna-se o dirigente sindical Sergio Lopes, o Serginho, que descobriu a situação quando distribuía a Folha Bancária no local, na sexta-feira 30.
O dirigente já havia se deparado com situação similar, no dia 14, em outra agência da zona leste, desta vez na Vila Carrão.
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Por conta disso, o Sindicato fechou a unidade da Quarta Parada. “Fechamos a agência por volta do meio-dia e na segunda voltaremos para ver se a situação foi resolvida. Se não encontrarmos mais funcionários atuando no comercial, o local será fechado novamente”, avisa Serginho.
Desemprego e sobrecarga – Apesar de ser o banco privado com maior lucro no semestre (R$ 7 bi), o Itaú também foi o que mais extinguiu postos de trabalho. Foram 4.458 vagas cortadas entre junho de 2012 a junho deste ano, segundo o próprio balanço do banco.
O resultado disso é o que os dirigentes têm constatado nas visitas aos locais de trabalho: carência generalizada de funcionários. “Os bancários não aguentam mais tanta sobrecarga e pressão”, afirma Serginho, lembrando que mais empregos, condições de trabalho e saúde são reivindicações prioritárias da Campanha 2013.
“Ajustes” – Juntos, os quatro maiores bancos privados no país (Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) cortaram quase 11 mil postos de trabalho entre os meses de junho de 2012 e 2013. A isso a federação dos bancos (Fenaban) chamou de “pequeno ajuste” durante debate da rodada de negociação sobre emprego.
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Redação - 30/8/2013
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Sindicato fechou unidade em que uma única funcionária cuidava do atendimento comercial, sem tempo nem de almoçar
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