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Assembleia define sobre greve a partir do dia 19

Linha fina
Trabalhadores fazem deliberação na quinta-feira 12 para rejeitar proposta sem aumento real e votar paralisação por tempo indeterminado
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São Paulo - Revolta! Essa é a definição para o sentimento dos bancários desde a quinta-feira 5, quando a federação dos bancos (Fenaban) apresentou, ao Comando Nacional da categoria, o que chamam de “proposta para fechar”: reajuste de 6,1% sem aumento real para os salários e todas as demais verbas salariais, comovales, auxílios, piso e PLR.

Além disso, não apresentaram mais nada para resolver os principais problemas que atormentam a rotina dos trabalhadores: a pressão por metas e a sobrecarga de trabalho que adoecem. Os bancos também não propuseram nada para a assistência às vítimas de assaltos e sequestros, nem qualquer avanço para a PLR.

“Trazer uma proposta como essa após quatro rodadas de negociação é descaso”, avalia a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Apresentamos uma série de dados, números que comprovam a viabilidade das nossas reivindicações e a federação dos bancos vem com esses 6,1% para a mesa, ignorando questões fundamentais para melhorar as condições de trabalho da categoria. Ou seja, querem a greve”, afirma a dirigente, lembrando que o Comando informou à Fenaban, na mesa de negociação, que a proposta era ruim e que seria levada às assembleias para convocação da greve.

Assembleia – No dia 12, os bancários de instituições públicas e privadas de São Paulo, Osasco e região farão assembleia na Quadra, para rejeição da proposta e definição da greve por tempo indeterminado a partir do dia 19. No dia 18, os bancários voltam a se reunir em assembleia organizativa.

“Vamos lotar a Quadra e mostrar aos bancos que os trabalhadores sabem o seu valor e exigem respeito. Se até lá os bancos realmente não trouxerem proposta decente, vamos parar”, reforça Juvandia. “As seis maiores instituições do país (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) alcançaram lucro cerca de R$ 30 bi, somente nos primeiros seis meses deste ano. Outros tantos resultados apontam que o bancário vem perdendo nessa conta. Apesar dos avanços conquistados na luta e que garantiram desde 2004 aumento real nos salários e demais verbas todos os anos, a porcentagem que fica para os trabalhadores do lucro dos bancos é cada vez menor. A quantidade de trabalho, por outro lado, é cada vez maior. Isso tem de mudar e vai ser este ano.”

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Entenda os prazos para a greve – Para que a paralisação dos bancários não seja considerada ilegal e possa ser impedida pelos bancos judicialmente, uma série de prazos deve ser respeitada. Assim, após anunciada a proposta na mesa de negociação, o Sindicato está divulgando amplamente a realização da assembleia do dia 12 na Folha Bancária epelo www.spbancarios.com.br, para que o maior número possível de bancários participe. Além disso, o estatuto de alguns sindicatos preveem 72 horas para a realização de assembleias que convocam greve.

Votada a paralisação (que só pode ser estabelecida por assembleia de trabalhadores), a Lei de Greve determina que são necessárias no mínimo 72 horas para deflagração do movimento. Nesse período, os bancos e a sociedade devem ser comunicados de que os serviços poderão ser interrompidos.

“Cumprimos todos os parâmetros para que os bancos não possam utilizar a Justiça para inviabilizar nosso protesto que é legítimo. A greve é o único mecanismo que os trabalhadores têm para pressionar os patrões, que têm o poder econômico nas mãos”, explica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Estão encerradas as possibilidades de negociação e isso ficou claro quando os bancos anunciaram ser essa a ‘proposta final’. Vamos lutar pelo que é nosso direito: uma parte do lucro que geramos para o setor.”


 

Redação - 10/9/2013

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