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Banco do Brasil terceiriza

Linha fina
Cobra Tecnologia, empresa do grupo, passa a ter como nome de fantasia “BB Tecnologia e Serviços” e a executar uma série de funções antes restritas ao banco. Funcionários já estão sendo convidados a aderir a PDV
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São Paulo – Depois de intensa batalha do Sindicato para que os funcionários do CSI, CSO, CSA e CSE do Banco do Brasil não fossem transferidos para um terreno contaminado na Lapa, esses trabalhadores são novamente ameaçados, agora com uma provável estratégia de terceirização desses setores pelo banco.

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Segundo denúncias que chegaram ao Sindicato, o BB estaria preparando o terreno para uma gigantesca terceirização nessas áreas-meio, com a mudança do estatuto social da Cobra Tecnologia S/A, empresa que pertence ao conglomerado do banco. A Cobra era destinada “exclusivamente” a dar suporte à área de TI do banco, com as alterações, porém, passa a poder realizar cobrança, gestão de segurança, câmbio, financiamento imobiliário, manutenção de equipamentos, correspondentes bancários, telemarketing ativo e receptivo, consultoria em projetos e em tecnologias na área de teleatendimento e de telesserviços, e suporte aos terminais de autoatendimento (TTA). Todas – com exceção de TTA e correspondentes, que já eram terceirizados – funções antes feitas pelo próprio banco.

Entre as alterações constatadas está inclusive a mudança do nome de fantasia da empresa para BB Tecnologia e Serviços (BBTS), criado, segundo dirigentes, para ser utilizado nos atendimentos telefônicos que a nova empresa certamente receberá de clientes.

O novo estatuto permite ainda a possibilidade de quarteirização pela nova empresa quando a autoriza a “celebrar contratos,  consórcios e convênios com empresas nacionais e estrangeiras, bem como participar do capital de outras empresas”.

Privatização? – Diante disso, o diretor do Sindicato Paulo Rangel questiona: “É a privatização do BB que está acontecendo?”. E continua: “O governo federal quer destruir o banco? Temos convicção de que não. Mas a atual diretoria do BB sim, está agindo para privatizar essa instituição pública”, afirma.

Para Paulo Rangel, esse desrespeito contraria inclusive a própria presidenta da República. “Dilma disse textualmente ser contra o ataque que a PL 4330 (da terceirização) poderá fazer aos direitos dos trabalhadores. Diante disso, perguntamos: Mantega (ministro da Fazenda) até quando os funcionários continuarão a ser desrespeitados por essa administração privatista? O modelo eleito nas urnas em 2002, 2006 e 2010 é de um governo democrático popular, que não traduz o que essa diretoria tem feito com seus funcionários. Até quando teremos que aguentar os desmantelos que essa diretoria faz? O governo está de acordo com essa política de ‘quarteirização’?”.

Paulo Rangel questiona ainda a posição do DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais), ligado ao Ministério do Planejamento. “Será que o DEST sabe de todos esses movimentos, tendo em vista que o banco sempre precisa relatar o que está fazendo a esse departamento? Se sabe, então o governo está de acordo com essa política de quarteirização?”.

Transferência – Além das mudanças no estatuto, vários funcionários do BB já foram transferidos para a Cobra Tecnologia. “Com certeza nossos colegas foram para desenhar todo o esboço daquilo que deve acontecer, quando os ‘quarteirizados’ chegarem à empresa”, avalia Paulo Rangel.

Ele cita ainda e-mail que algumas diretorias do banco enviaram aos funcionários propondo uma espécie de PDV (Plano de Demissões Voluntárias). “No e-mail eles informam estar disponível no Sisbb, transação para que funcionários lotados nas dependências vinculadas a Dinop possam optar pela dispensa da função e que as inscrições para os interessados serão entre 4 e 13 de setembro.”

Para a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, não resta dúvida sobre as intenções do banco em relação aos funcionários: “Querem diminuir a folha de pagamento, fazendo com que o lucro do banco suba mais ainda e a diretoria seja destacada junto ao Ministério da Fazenda, como aquela que mais contribui com as necessidades do Ministério e junto ao mercado financeiro”.

A dirigente ressalta ainda que se trata de mais uma atitude de desrespeito aos funcionários pela atual diretoria. “Já não bastasse a aberração no novo plano de funções, vem agora essa violação aos direitos dos trabalhadores, que são o maior patrimônio do banco. A nós, funcionários, cabe a missão de lutarmos para garantir nossos postos de trabalho, junto com nossas comissões. Precisamos unir forças para que esses ataques sejam respondidos a altura, com muita mobilização e garra”, conclui.


Redação - 10/9/2013

*Atualizada às 14h38 de 11/9/2013

 

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