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Bancários mostram disposição para manter greve

Linha fina
Diante da nova proposta da Fenaban, cujo aumento real não chega a 1%, trabalhadores se dizem indignados e apoiam continuidade da paralisação
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São Paulo – “Palhaçada”, “ridícula”, “estão brincando com a gente”. Os comentários sobre a proposta dos bancos – 7,1% de reajuste para salários e vales – vieram de um grupo de jovens gerentes do Santander que acabava de sair de uma agência da Avenida Paulista em adesão à greve, que completa 19 dias nesta segunda-feira 7.

> Proposta insuficiente leva greve ao 19º dia

“A gente se mata e eles não oferecem nem 1% de aumento real!”, indignou-se um deles, da gerência Van Gogh. “A greve tem que continuar até que eles aumentem essa proposta”, disse. “Sabe o que é? É que eles lucram pouquinho”, ironizou outro, gerente de empresas do banco espanhol.

“7,1% é uma vergonha”, opinou uma gerente operacional do Itaú. Ela diz que apoia a decisão de continuar a greve. “Temos que brigar pelos nossos direitos, pelo tanto que a gente trabalha e pelo sangue que a gente dá. Merecíamos muito mais.”

Seu colega, supervisor operacional, concordou: “É uma piada essa proposta. Ainda mais se comparamos com o que eles dão pros executivos”. Este ano, cada um dos 16 integrantes do alto escalão do Itaú receberá R$ 7,8 milhões.

“Além disso, é pressão todos os dias e meta, meta e meta todos os dias. Como sou comissionado, minha jornada é de oito horas diárias, mas como a agência tem horário estendido (funciona das 11h às 19h), a gente acaba trabalhando bem mais que oito horas. E ainda somos cobrados pelas horas extras porque também temos um limite de horas, ou seja, tem meta até pra isso”, reclamou o supervisor.

“A gente só falta ficar louca porque é cobrança de cliente e do banco”, acrescentou a gerente do Itaú.

Diante da insatisfação dos bancários com as condições de trabalho nas instituições financeiras e da proposta insuficiente da federação dos bancos, a paralisação tem recebido apoio até mesmo de bancários com cargos mais elevados. “Sou sindicalizado há mais de 14 anos e admiro muito o trabalho de vocês. Pra mim vocês são guerreiros”, disse aos sindicalistas o gerente-geral de uma agência Bradesco Prime, nesta segunda.


Andréa Ponte Souza - 7/10/2013

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