São Paulo – Para suportar o calor que faz em São Paulo em agência sem ar-condicionado, só com um refresco! E esse foi o clima dos protestos em duas agências do Banco do Brasil em que os funcionários estão em ambiente abafado, sem condições de trabalho. Os atos nesta sexta-feira 17 fecharam a agência Pinheiros, na zona oeste, e a unidade Padre Antonio José dos Santos, na zona sul.
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Para chamar a atenção da população e da direção do Banco do Brasil, dirigentes sindicais distribuíram sorvetes de saquinho, o famoso “gelinho”, para clientes e bancários se refrescarem.
Logo no início da mobilização, O Sindicato arrancou uma reunião com o banco na segunda-feira 20. Representante da Gestão de Pessoas (Gepes) entrou em contato com o diretor do Sindicato João Fukunaga e agendou para segunda-feira 20 a discussão sobre condições de trabalho, que contará, além da Gepes, com representantes da Superintendência de São Paulo e do Centro de Operações (Cenop). A reunião, no entanto, foi adiada, ainda sem nova data definida.
“Cobraremos que o banco resolva não só o problema dessas duas agências, mas de todos os locais sem ar-condicionado. Caso contrário, vamos intensificar os protestos. Não dá para aceitar um banco desse porte não fazer licitações e planejamento para evitar problemas como esse. A situação demonstra problemas na gestão do gerente-geral da Cenop”, destacou João.
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Antes do meio dia os termômetros já marcavam 27ºC. Na Rua dos Pinheiros (foto acima), a agência do BB funciona sem ar-condicionado há um ano. “O projeto de instalação, segundo denúncias de trabalhadores, foi feito de maneira incorreta. Clientes e funcionários são os penalizados”, explica a diretora da Fetec-CUT/SP Silvia Muto. Além da distribuição dos “gelinhos”, o protesto também contou com um bem-humorado ato lúdico.
A doméstica Edivania Santos Araújo foi até a agência e se deparou com o local fechado. Ao receber explicações sobre o motivo do protesto, questionou: “Mas como pode o ar-condicionado não funcionar com tanto calor? Tem gente que passa mal em lugar fechado e abafado. Não faz sentido isso num banco que tem tanto dinheiro. É algo simples”, desabafou.
Para Silvia, suportar a situação precária no ambiente de trabalho é inadmissível. “Os bancários não contam nem com ventilador. Isso é o mínimo que o banco deveria garantir numa situação como essa. Essa mobilização é essencial para avançarmos em melhorias das condições de trabalho, e também estamos aqui lutando por respeito, diante do descaso do BB”, ressaltou.
Na zona sul (foto à esquerda), o apoio da população engrossou o protesto. João Fukunaga lembra que uma cliente culpou a terceirização de serviços de manutenção pelo surgimento de transtornos que atrapalham os usuários, que pagam tarifas e não podem contar com um local adequado para usar os serviços bancários.
As duas agências ficaram fechadas o dia todo.
Gisele Coutinho – 17/1/14
(Atualizada às 12h45 de 20/1)
Linha fina
Com duas unidades fechadas, nas zonas oeste e sul, representantes dos funcionários cobram melhores condições de trabalho
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