Pular para o conteúdo principal

BB lucra R$ 2,7 bilhões e corta empregos

Linha fina
Resultado foi 4,7% maior que o registrado no primeiro trimestre de 2013, mas banco eliminou 1.492 postos de trabalho em 12 meses e 43 entre janeiro e março deste ano
Imagem Destaque

São Paulo – O Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período de 2013. O desempenho correspondeu a rentabilidade de 15,5%.

Mesmo com bom resultado, a instituição pública não está gerando empregos para o país. Ao contrário: cortou 1.492 postos de trabalho em 12 meses e 43 no primeiro trimestre deste ano. Em 31 de março, o total de funcionários do BB era de 112.173. Com isso, o número de contas correntes por bancários passou de 425 em março de 2013 para 444.

“Os dados confirmam a sobrecarga de trabalho dos bancários, que são constantemente pressionados para o cumprimento de metas cada vez maiores, sofrem com o assédio moral generalizado e estão adoecendo por conta das péssimas condições de trabalho”, denuncia o diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB Ernesto Izumi.

Ernesto critica também o corte de empregos, apesar de menor do que nos privados Santander (4.833 em 12 meses), Bradesco (3.250) e Itaú (2.759). “Como empresa pública o BB deveria ser exemplo e gerar postos de trabalho no país, indo na contramão dos privados, que estão demitindo. Ao invés disso, adota o mesmo tipo de gestão desumana das instituições privadas”, enfatiza. "Vamos lutar para por mais contratações e pela redução da pressão em cima dos funcionários.

O conselheiro de Administração eleito pelos funcionários, Rafael Matos, lembra que o banco se comprometeu com o movimento sindical em contratar 3 mil trabalhadores. “O BB informou que já realizou mais de 2.200 posses entre outubro e abril de 2013, mas a redução no número de bancários entre 2012 e 2013 foi significativa. E isso, além de prejudicar o relacionamento com os clientes e o resultado no longo prazo, tem causado prejuízos na qualidade de vida dos funcionários”, destaca.

Os dados do balanço, divulgado nesta quarta-feira 7, revelam ainda que enquanto o número de empregados cai, o de estagiários cresce. Chegou a 5.889, aumento de 696 em 12 meses.

Crédito – A carteira de crédito ampliada cresceu 18% em 12 meses, atingindo R$ 699,251 bilhões. O crescimento está bem acima do verificado nos três maiores privados. No Bradesco o crédito cresceu 10,4%; no Itaú, 11,4%; e no Santander, 7,2%.

Com o aumento na carteira, a receita de crédito e leasing cresceu 15,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Além disso, as receitas com operações de TVM (títulos e valores mobiliários) apresentaram alta de 50,3%, provavelmente reflexo da elevação da taxa Selic ao longo dos últimos 12 meses. “Como os bancos são os maiores detentores da dívida pública, acabam sendo o setor que mais ganha com o aumento da taxa básica, em detrimento dos setores produtivos da economia, dos empregos e da renda dos trabalhadores. Por isso o Sindicato defende a redução da Selic, para que o capital produtivo se favoreça e não a especulação financeira”, defende o dirigente.

Outros números – A carteira de crédito pessoa física encerrou março de 2014 em R$ 169,6 bilhões, com aumento de 8,6% sobre março de 2013. Já a de pessoa jurídica chegou a R$ 324,6 bilhões, crescimento de 16,9% em 12 meses.

A carteira de crédito imobiliário total atingiu R$ 27,0 bilhões ao final de março, com expansão de 88% em 12 meses.

O banco chegou a 68,5% de participação de mercado no crédito ao agronegócio. A carteira ampliada, incluindo operações de crédito rural e agroindustrial, cresceu 35,7% em 12 meses, alcançando R$ 150 bilhões no terceiro mês deste ano.

O índice de inadimplência caiu para 1,97% em março de 2014, ficando praticamente igual ao de março de 2013 (2%).

A receita de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 5,7 bilhões e, com ela o BB é capaz de cobrir 124% do total de suas despesas de pessoal.

Os ativos totais do BB atingiram R$ 1,37 trilhão em março deste ano, uma expansão de 16,2% em doze meses.


Andréa Ponte Souza – 7/5/2014

seja socio

Exibindo 1 - 1 de 1