São Paulo – A Alemanha ficou com a taça, mas a Copa das Copas é do Brasil. O sucesso do evento, visto nos estádios e nas TVs e comemorado por milhares de estrangeiros e brasileiros, vai sendo comprovado por dados também do ponto de vista econômico e de negócios. Um dos estudos aponta para estimativas segundo as quais o maior evento do futebol mundial deve somar cerca de R$ 30 bilhões à economia do país.
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A pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) foi encomendada pelo Ministério do Turismo e feita a partir dos números da Copa das Confederações no ano passado, que injetou R$ 9,7 bilhões ao PIB.
O ministério calcula, ainda, a geração de quase 1 milhão de empregos no país, mais de 15% das 4,8 milhões de vagas formais criadas ao longo do governo da presidenta Dilma Rousseff. São 710 mil fixas e 200 mil temporárias, todas com carteira assinada, segundo o governo.
Do ponto de vista dos negócios, a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizou ações e encontros e trouxe mais de 2,3 mil empresários estrangeiros. A agência acredita na geração de US$ 6 bilhões em exportações em 12 meses, o dobro do que foi gerado por ação semelhante promovida a partir da Copa das Confederações.
Antecipando-se em três anos à Copa no Brasil, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) criou, em 2011, um projeto de preparação de empresas, promovido nas 12 cidades-sede com investimentos de R$ 90 milhões. Segundo a entidade, 43.910 micros e pequenas empresas e microempreendedores individuais devem faturar mais de R$ 500 milhões adicionais em decorrência de terem se preparado para o evento, segundo o diretor-presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Dados divulgados pela Visa, sobre o comércio varejista, demonstram que as compras em algumas cidades-sede do evento cresceram muito mais do que 100% nos gastos de turistas. Natal (RN) registrou aumento de 851%, Cuiabá (MT), 963%, Curitiba (PR) de 167% e Manaus (AM) de 409%, na comparação com o mesmo período do ano passado. “O turismo internacional foi muito além das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”, disse Rubén Osta, diretor-geral da Visa do Brasil.
Torcida – Nas 62 partidas disputadas nas 12 arenas até os jogos da semifinal, o público total somou 3.287.035 torcedores que assistiram aos jogos nos locais, média de 53.016 pessoas.
No total, foram 1 milhão de estrangeiros durante o Mundial, 400 mil a mais do que o esperado. Segundo o Ministério do Turismo, o avião foi o principal meio de transporte dos turistas. O número de passageiros superou 10 milhões em 20 aeroportos do país. Locais fora das cidades-sede tiveram grande afluência de estrangeiros, como Santa Cruz Cabrália (BA), onde a ocupação dos hotéis atingiu 85%.
As Fun Zones, instaladas nos aeroportos para abrigar turistas em trânsito, registraram mais de 300 mil passageiros.
São Paulo – A prefeitura de São Paulo divulgou balanço da Copa do Mundo na cidade. Segundo estimativas da São Paulo Turismo (SPTuris), do primeiro dia da competição (12 de junho) até 10 de julho, foram 495.859 turistas, sendo 299,3 mil de outras regiões do Brasil e 196,5 mil, estrangeiros. Desses últimos, um terço era de argentinos.
A movimentação financeira com o turismo deverá superar R$ 1 bilhão na capital paulista. De acordo com o prefeito Fernando Haddad, o gasto para sediar o torneio ficou entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões, o equivalente ao custeio de eventos como o Carnaval e a Fórmula 1.
Até o final da primeira fase, os gastos individuais médios eram de R$ 2,2 mil entre brasileiros e R$ 4,8 mil entre estrangeiros. Pesquisa da própria SPTuris aponta que 73% dos turistas entrevistados deram nota de 7 a 10 aos serviços, com destaque para gastronomia e vida noturna.
Atrações como o Museu do Futebol e o Mercado Municipal, e também logradouros, como a Avenida Paulista e ruas do centro da capital, tiveram visitação, em média, 20% acima do normal. O movimento em bares e restaurantes na cidade cresceu 80%.
Os jogos na cidade, que incluíram a abertura e uma semifinal, contaram com um público total de 375 mil pessoas, média de 62 mil por jogo, sendo que 57 mil foram ao estádio pelo Metrô ou pelo Expresso Copa, da CPTM.
Um dos maiores legados, segundo a vice-prefeita, Nádia Campeão, é a visibilidade. Estudos mostram que o turismo aumenta em até 20% nas cidades-sede de Copas do Mundo em decorrência do evento. Ela também citou a parceria entre governo municipal e estadual e a infraestrutura construída na zona leste.
Outras cidades do estado também devem se beneficiar. Essa é a expectativa da coordenadora executiva do Comitê Paulista da Copa, Raquel Verdenacci. Pelo menos 450 jornalistas circularam por 12 municípios paulistas onde estavam hospedadas 15 seleções.
Fan Fest – Na Fifa Fan Fest do Vale do Anhangabaú, onde foram exibidos todos os jogos da Copa com muitos shows, o público atingido até a quarta 9 chegou a 567.640 participantes, média diária de 24.680 pessoas. Em outras praças onde também foram exibidos jogos do Brasil, mais 37 mil pessoas compareceram.
A vice-prefeita ressaltou que durante o evento houve resistência do setor privado, o que resultou em uma concentração de pessoas em pontos específicos, como na Vila Madalena, que recebeu em dias de jogos da Seleção brasileira e de outras partidas realizadas na cidade, média de 50 mil pessoas. No dia de Brasil e Colômbia em Fortaleza foram 70 mil torcedores no bairro.
Com relação à saúde, a equipe médica que atuou durante os jogos na região do estádio contou com uma média de 320 profissionais, 14 ambulâncias e seis Unidas Rápidas de Atendimento com Motocicleta (Urams). Ao todo, de 12 de junho a 9 de julho, foram realizados 1.917 atendimentos à saúde relacionados com a Copa. Desses, 1.047 ocorreram dentro da Arena Corinthians e 870 na Fifa Fan Fest.
Redação, com informações da Rede Brasil Atual - 14/7/2014
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Alemanha levou a taça e o Brasil ficou com o legado deixado pelo maior evento do futebol mundial. Cerca de R$ 30 bilhões devem ser somados à economia nacional e governo calcula 1 milhão de empregos criados
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