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São Paulo – “A minha insatisfação com os bancos é frequente, especialmente com operadoras de cartão de créditos”, reclama o funcionário público Claudio Alves. Ele não está sozinho. Quase seis em cada dez correntistas (57%) relataram algum problema com o banco no último ano. É o que revela pesquisa feita pela Proteste Associação de Consumidores com 9.892 participantes.
Nos problemas com cartões de crédito, como no caso de Claudio, o percentual ficou próximo a 33%. Ele conta que solicitou cartão adicional da bandeira Hiper, do Itaú, para a sua esposa, mas a senha não veio junto. O banco deu prazo de 15 dias úteis para o recebimento da senha, mas ao invés disso, recebeu novo cartão. Este procedimento se repetiu outras três vezes. Ele então tentou usar a sua senha no cartão adicional, o que provocou o bloqueio. “Liguei para a ouvidoria, que só serve mesmo para ouvir, porque não resolve nada. Ainda foram desaforados comigo. Disseram que bloquearam por tentativa de fraude.” Depois disso, ele desistiu do cartão da operadora Hiper e solicitou de outra bandeira.
Mais da metade dos entrevistados na pesquisa da Proteste (60%) possuem mais de um cartão de crédito, sendo que 27% deles gastam de R$ 100 a R$ 499 por mês e 23%, entre R$ 500 e R$ 999. A pesquisa também constatou que 76% deles usaram dois ou mais cartões nos últimos meses para fazer compras. O cartão de crédito é uma das principais causas do endividamento dos brasileiros.
Falta informação e funcionário – Para a advogada e coordenadora institucional da Proteste Maria Inês Dolci, a substituição de empregados pela tecnologia é em grande parte responsável pela insatisfação dos clientes. “As inovações tecnológicas afetam a relação entre o banco e cliente porque nem sempre são acessíveis para todos. Às vezes o consumidor não sabe pagar uma conta ou fazer transferência pela internet, sobretudo essa nova camada social que está tendo conta bancária pela primeira vez.”
Nos problemas com cartões de crédito, como no caso de Claudio, o percentual ficou próximo a 33%. Ele conta que solicitou cartão adicional da bandeira Hiper, do Itaú, para a sua esposa, mas a senha não veio junto. O banco deu prazo de 15 dias úteis para o recebimento da senha, mas ao invés disso, recebeu novo cartão. Este procedimento se repetiu outras três vezes. Ele então tentou usar a sua senha no cartão adicional, o que provocou o bloqueio. “Liguei para a ouvidoria, que só serve mesmo para ouvir, porque não resolve nada. Ainda foram desaforados comigo. Disseram que bloquearam por tentativa de fraude.” Depois disso, ele desistiu do cartão da operadora Hiper e solicitou de outra bandeira.
Mais da metade dos entrevistados na pesquisa da Proteste (60%) possuem mais de um cartão de crédito, sendo que 27% deles gastam de R$ 100 a R$ 499 por mês e 23%, entre R$ 500 e R$ 999. A pesquisa também constatou que 76% deles usaram dois ou mais cartões nos últimos meses para fazer compras. O cartão de crédito é uma das principais causas do endividamento dos brasileiros.
Falta informação e funcionário – Para a advogada e coordenadora institucional da Proteste Maria Inês Dolci, a substituição de empregados pela tecnologia é em grande parte responsável pela insatisfação dos clientes. “As inovações tecnológicas afetam a relação entre o banco e cliente porque nem sempre são acessíveis para todos. Às vezes o consumidor não sabe pagar uma conta ou fazer transferência pela internet, sobretudo essa nova camada social que está tendo conta bancária pela primeira vez.”
> Tecnologia bancária é boa para quem?
> Assista à MB com a Presidenta sobre tecnologia bancária
Maria Inês também atribui o quadro à pouca informação que os bancos fornecem aos clientes. “Muitas vezes não conseguem acessar o gerente, não entendem o pacote que têm com o banco, quanto pagam de tarifa. As informações não chegam da forma como as pessoas necessitam”, afirma.
A atendente de telemarketing Dinalva Costa, de Salvador, conta que no ano passado comprou um par de óculos e pagou a vista o valor de R$ 350. Na primeira tentativa, a compra não havia sido aprovada. Apenas na segunda a operadora autorizou. No mesmo dia, conferiu seu extrato e se surpreendeu quando viu que o valor havia sido cobrado duas vezes. Mas o calvário estava apenas no início.
“Quando fui retirar os óculos, a moça da ótica disse que o pagamento não havia sido efetuado. Fui na agência mais próxima mas não resolveram o problema. Ligava para o banco, mas ninguém dava posição, muitas vezes a ligação caia no meio do atendimento, as informações eram sempre desencontradas.”
Segundo Dinalva, o problema só foi resolvido quando, sob orientação da Proteste, ela acionou o juizado de pequenas causas. “A situação toda foi muita chata, desconcertante, constrangedora. Parece que ninguém queria me dar assistência. O atendimento ao público ainda peca muito na maioria das agências. Falta atendente, deixam a gente aguardando, é muito desgastante para quem precisa resolver um problema”, desabafa.
Para Maria Inês Dolci, o Banco Central, como órgão regulador, tem de tomar providências. “É preciso buscar uma forma de fazer com que os bancos reclamados consigam melhorar a relação com consumidor pensando em um planejamento conjunto para melhorar as informações disponibilizadas aos clientes.”
Notas baixas – A satisfação geral dos consumidores teve média baixa para todas as instituições avaliadas. Em uma escala de 0 a 100, o Citibank foi o banco com a melhor nota (66) e o Santander, ficou com a nota mais baixa (55).
O estudo analisou a satisfação dos consumidores com os serviços de conta corrente, cartão de crédito, crédito pessoal e crédito imobiliário, com notas que variavam de 0 a 100. Os bancos avaliados foram: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander.
Rodolfo Wrolli - 31/7/2014
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Maria Inês também atribui o quadro à pouca informação que os bancos fornecem aos clientes. “Muitas vezes não conseguem acessar o gerente, não entendem o pacote que têm com o banco, quanto pagam de tarifa. As informações não chegam da forma como as pessoas necessitam”, afirma.
A atendente de telemarketing Dinalva Costa, de Salvador, conta que no ano passado comprou um par de óculos e pagou a vista o valor de R$ 350. Na primeira tentativa, a compra não havia sido aprovada. Apenas na segunda a operadora autorizou. No mesmo dia, conferiu seu extrato e se surpreendeu quando viu que o valor havia sido cobrado duas vezes. Mas o calvário estava apenas no início.
“Quando fui retirar os óculos, a moça da ótica disse que o pagamento não havia sido efetuado. Fui na agência mais próxima mas não resolveram o problema. Ligava para o banco, mas ninguém dava posição, muitas vezes a ligação caia no meio do atendimento, as informações eram sempre desencontradas.”
Segundo Dinalva, o problema só foi resolvido quando, sob orientação da Proteste, ela acionou o juizado de pequenas causas. “A situação toda foi muita chata, desconcertante, constrangedora. Parece que ninguém queria me dar assistência. O atendimento ao público ainda peca muito na maioria das agências. Falta atendente, deixam a gente aguardando, é muito desgastante para quem precisa resolver um problema”, desabafa.
Para Maria Inês Dolci, o Banco Central, como órgão regulador, tem de tomar providências. “É preciso buscar uma forma de fazer com que os bancos reclamados consigam melhorar a relação com consumidor pensando em um planejamento conjunto para melhorar as informações disponibilizadas aos clientes.”
Notas baixas – A satisfação geral dos consumidores teve média baixa para todas as instituições avaliadas. Em uma escala de 0 a 100, o Citibank foi o banco com a melhor nota (66) e o Santander, ficou com a nota mais baixa (55).
O estudo analisou a satisfação dos consumidores com os serviços de conta corrente, cartão de crédito, crédito pessoal e crédito imobiliário, com notas que variavam de 0 a 100. Os bancos avaliados foram: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander.
Rodolfo Wrolli - 31/7/2014