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Eleição: postura da grande mídia justifica reforma

Linha fina
Parcialidade dos maiores veículos do país será alvo de debates na Semana de Luta pela Democratização da Mídia
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São Paulo – Não são necessários muitos números para comprovar o tamanho da parcialidade da chamada grande mídia brasileira nas eleições deste ano. Porém, são fartas as evidências que mostram o esforço que Folha, Estadão, Globo e Abril fazem para atacar os governos ou candidatos do Partido dos Trabalhadores.

De 1º de janeiro até 15 de outubro deste ano, segundo o Manchetômetro, levantamento publico na internet por pesquisadores ligado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foram 353 manchetes da Folha, Estadão e O Globo contra Dilma. Para Aécio, só 39. Já nas favoráveis, Aécio tem 49 contra 18 da petista (veja gráfico ao lado).

Diante desses números, democratizar os meios de comunicação é preciso e é luta dos movimentos sociais e sindical. Para debater esse quadro e o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) da Mídia Democrática, de 13 a 18 de outubro foi realizada a Semana de Luta pela Democratização da Mídia.

O primeiro dia da mobilização coincidiu com o escândalo envolvendo o alto conselho da Folha, que censurou artigo do jornalista Xico Sá, onde declarava apoio à Dilma. Sá pediu demissão após 20 anos de casa e revelou o fato, e toda sua revolta, pelo Twitter.

“Reinaldo Azevedo é tido como neutro e eu me f... tenho que pedir demissão?”, questionou. Azevedo também é colunista da Folha, e da revista Veja, conhecido pelas críticas frequentemente raivosas ao PT. Uma breve olhada nos títulos dos posts comprova a fama (veja aqui). Xico Sá também criticou a cobertura política da imprensa: “É muito desequilíbrio. É praticamente jornalismo de campanha. Não cobertura”.

A Veja, carro chefe do discurso político do grupo Abril, faz jus ao articulista que abriga. Recentemente, por exemplo, foi condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por veicular propaganda que favorece a candidatura de Aécio Neves (PSDB).

Semanas antes, o PT havia conseguido direito de resposta nas páginas da mesma Veja após a veiculação de reportagem que, segundo o relator do caso no TSE, “extrapolou os limites da crítica ácida” e se configurou em “extravasamento da liberdade jornalística” – opinião acatada unanimemente pelos outros seis integrantes da corte.

Nas bancas, a Veja tem auxílio da Época, das organizações Globo. Na primeira capa após o primeiro turno (à direita) deste ano, saiu com uma foto retrato e seguidas frases de efeito enaltecendo o Aécio. Para o que pensa Dilma, nem um milímetro de espaço.

Alternativa de informação – Preocupados com essa forma de informar o que interessa somente a um lado, os trabalhadores criaram a Rede Brasil Atual. Um grande projeto de democratização da comunicação mantido pelo Sindicato em parceria com outras entidades representativas de profissionais de várias categorias que conta com a Revista do Brasil, o site www.redebrasilatual.com.br, a Rádio Brasil Atual (sintonizada em 98,9 na Grande São Paulo) e a TVT, Televisão dos Trabalhadores (disponível no canal 44 UHF e no canal 2 da NET Digital).

A ampliação da internet também permitiu a criação de uma série de blogs que fazem contraponto ao que é publicado pela imprensa alternativa. E publicações mais corajosas e modernas, como a Carta Capital, que assume o lado que tem e apoia a reeleição de Dilma Rousseff “porque sabe que o PSDB é a direita e uma vitória tucana significaria o retorno ao passado”.


André Rossi – 17/10/2014

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