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Situação de rua em bate-papo na Praça Patriarca

Linha fina
Fundação Projeto Travessia junta diferentes tipos de pessoas no 2º Festival de Direitos Humanos para discutir a vida de quem está fora de casa
Imagem Destaque
São Paulo – Uma menina de seis anos acompanhada da avó, uma carroceira, um ex-morador de rua. Todos estavam entre as pessoas que se encontraram, espontaneamente, em uma atividade da Fundação Projeto Travessia, na Praça do Patriarca. A proposta, colocada em prática na manhã da terça 9, era que diferentes cidadãos se reunissem para se expressar e trocar ideias sobre o tema “situação de rua” como parte 2º Festival de Direitos Humanos realizado pela Prefeitura de São Paulo durante a semana de 8 a 14 de dezembro.

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De acordo com Clóvis Tadeu Dias, coordenador de projetos do Travessia, a atividade é a mostra de um “ideal”. “Aqui ninguém está discriminando ninguém, não tem rótulos. O que você está vendo é uma conquista de cidadania. Gente ocupando o espaço público para fazer discussão sobre o que acontece numa grande cidade como São Paulo”, explica.

Desenhos – Cerca de dez pessoas desenharam e apresentaram suas ilustrações, expondo o que sentiam e pensavam sobre o assunto. A violência e os motivos da situação de rua foram abordados.

“É isso que a sociedade nos propõe: miséria extrema. As 80% das mulheres que são catadoras, a gente limpa a cidade, recicla, esse é nosso trabalho para sustentar nossos filhos. Mas, a gente incomoda”, afirmou Dona Lôra, catadora. Ela desenhou a si própria, chorando, com seus três filhos também em lágrimas, dentro do carrinho.

Já outro participante, contou que havia presenciado recentemente uma cena de truculência: “Os guardas não dão respeito. Queriam agredir o cidadão da rua. Eu e mais alguns que estávamos passando ali, a gente começou a agitar. Se não tivesse ninguém, iam acabar matando ele”, testemunhou.

“Tudo tem um motivo. A pessoa não está ali porque quer. Muita gente trabalha, ganha um salário mínimo e não tem como pagar aluguel”, apontou outra.

Na vez de Marcela, de seis anos, apresentar seu desenho, todos se emocionaram. Acompanhada da avó, a menininha apontando Dona Lôra, a catadora de rua, explicou: “Fiz aquela moça”. Com sorriso? “Sim, porque ela está triste. E desenhei os filhos”. Onde? “Num parquinho”, disse, como se com seu desenho pudesse mudar a vida daquela mulher que, pelo menos naquele momento, sorriu.

A Fundação Projeto Travessia é uma organização social que mantém há 19 anos a missão de garantir os direitos de crianças e de adolescentes em situação de risco, visando a melhoria da qualidade de vida e o exercício da cidadania. O Sindicato é um dos apoiadores da entidade.

CineB – O Sindicato também participa do festival por meio do CineB, projeto do qual é parceiro e que leva produções do cinema nacional para exibições em comunidades carentes da periferia da Grande São Paulo.Durante a programação do festival o CineB exibirá curtas-metragens com temas relacionados aos direitos humanos.Serão quatro sessões noturnas nas zonas norte, sul, leste e oeste de São Paulo. Confira aqui.
 

Mariana Castro Alves – 9/12/2014
 
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