São Paulo – Imagine ser vigiado e controlado o tempo todo. Imagine, a cada momento, ser monitorado e pressionado para bater metas como se não fosse capaz e responsável para cumprir suas tarefas no trabalho. E ter o tempo controlado para ir ao banheiro e beber água, já imaginou? Essa é a realidade imposta a alguns bancários do Centro Administrativo do HSBC (Casp).
Parece absurdo, mas isso se tornou prática comum em diversos bancos, que querem controlar seus trabalhadores por meio da pressão e do assédio durante toda a rotina de trabalho. No caso do HSBC, de acordo com diretor do Sindicato Paulo Sobrinho, trata-se de um programa instalado nos computadores dos funcionários que monitora a produtividade.
Três setores, segundo ele, estão insatisfeitos com a forma de cobrança e avaliação: o Secom, setor de compensação; o RMO, que cuida do fluxo das agências; e o TSU, responsável pela abertura e manutenção de conta corrente. “Quando esses bancários precisam ir ao banheiro, por exemplo, são obrigados a interromper o sistema para que seja monitorado o tempo que gastam”, conta, ao acrescentar que a cada saída é preciso justificar o motivo.
“É uma prática abusiva do banco. Os trabalhadores se sentem cada vez mais acuados, o que também prejudica a saúde de muitos bancários, preocupados em bater metas e incomodados por serem perseguidos”, critica o dirigente, ressaltando que o Sindicato irá acompanhar o caso desses bancários para que o abuso não permaneça nos setores.
Tatiana Melim – 30/1/2013
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Funcionários do Casp estão incomodados com sistema e Sindicato questiona medida abusiva e assediadora
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