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Bloco Pinto do Visconde sai em 6 de fevereiro

Linha fina
Turma de foliões do Brás, em São Paulo, completa seis anos de carnaval e tem apoio da CUT e CUT-SP
Imagem Destaque

São Paulo - O bairro do Brás, região marcada pelo comércio no centro velho de São Paulo, e que já teve em suas ruas o médico Drauzio Varella e o violinista Ernesto Paulelli, imortalizado por Adoniran Barbosa na música "Samba do Arnesto", há muito anda esquecida pelo poder público.

Pensando nisso, um grupo de amigos que se reunia no bar Absoluto, na esquina das ruas Visconde de Paranaíba e Caetano Pinto, construiu o bloco de rua “O Pinto do Visconde”, que em 2015 completa seis anos e sairá em festa no dia 6 de fevereiro, às 18h, em frente ao bar do Gerson. A ideia é levar alegria a uma região que permanece invisível.

Comerciantes, moradores, trabalhadores e sindicatos participam da festividade, que desde o nascimento conta com o apoio da CUT Nacional e da CUT São Paulo, que têm as suas sedes num prédio próximo às estações de Metrô Brás e Dom Pedro.

O presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, explica que a Central busca diferentes formas de aproximação com moradores. “Devemos incentivar a cultura de todas as formas e a inclusão da comunidade no Brás pelo carnaval oxigena a CUT na busca da relação com a população, não só a parcela que está organizada no mercado de trabalho, mas a sociedade como um todo. Os seis anos de bloco representa esse esforço conjunto”.

Segundo o vice-presidente, Douglas Izzo, “o carnaval é uma tradição popular brasileira e referência mundial. Só que os blocos de rua têm uma diferença que é a participação espontânea e popular, diferente das grandes escolas de samba que hoje tem um apelo maior mercadológico e turístico”.

Josélia Ribeiro da Mota, a Jô, trabalha na CUT há quase oito anos e participa do bloco desde o começo. “Fico na expectativa para chegar fevereiro, que é um momento de festa. Além de quebrar um pouco da rotina de trabalho, a gente sente a alegria dos moradores dos apartamentos da região que acenam para nós quando percorremos o bairro. Éramos poucos no começo, mas o movimento tem crescido”, garante.

Jô afirma que a festividade é um momento de encontrar amigos. “No ano passado, homenageamos a Margarete Tsuruta (in memorian) que trabalhou muitos anos na Central e sempre participou animando o bloco. Pessoas como ela sempre serão lembradas com alegria nesta data”.

Silva Linhares, uma das organizadoras do bloco, diz que a proposta é levar alegria para o bairro que, segundo ela, faz parte do centro esquecido. “Muitos dos lugares onde moravam trabalhadores que atuavam nas fábricas têxteis hoje se tornaram grandes galpões, mas queremos mostrar que o Brás não é só comércio.”

Segundo Silvia, no passado o bairro recebia italianos, mas atualmente há uma grande quantidade de imigrantes haitianos e de países da África que moram na região. “O ano de 2013 foi atípico porque enquanto o bloco percorria as ruas do Brás, a festa ganhou novo colorido e eles se somaram ao festejo.”

O ‘esquenta’ inicial terá a participação da “Banda da Alegria”, antiga Banda do Peru. Antônio Marcos Dascânio, o Dasca, da Secretaria de Política Sindical da CUT Estadual, será coroado como o Rei Momo e a faixa de madrinha será entregue à Magali de Maio, comerciante local e antiga moradora do Brás.

Letra de samba tradicional do bloco

Pinto do Visconde
De Sérgio dos Santos


Deixaram o galinheiro aberto
Que azar, O visconde não viu!
Isso é que dá ser desatento!
O Pinto do Visconde fugiu.
Por favor, ajude a encontrar
Junte-se a nós com garra e devoção!
Esse Pinto é muito esperto
Gosta de vinho, mulherada e azaração!

(Refrão)

Já procurei pelo Brás
Já fiz coisas que ninguém faz!
A pergunta que ninguém responde
Onde é que está o Pinto do Visconde?
A panela não é o seu lugar
Isso nunca, onde já se viu!
Ele não tem destino certo
Foi por isso que o Pinto fugiu!

(Refrão)



Vanessa Ramos, da CUT São Paulo - 20/1/2015

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