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Cuba e EUA iniciam retomada de relações

Linha fina
Missão norte-americana visita o país caribenho e, além da diplomacia, vai tratar de assuntos migratórios para instaurar um processo seguro e ordenado
Imagem Destaque

Lisboa – Cuba e Estados Unidos iniciam em Havana a rodada de conversas para normalização das relações diplomáticas, suspensas há mais de meio século. Entre quarta 20 e sábado 24, a missão norte-americana vai visitar Cuba do presidente Raúl Castro liderada pela secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson.

As primeiras conversas específicas sobre o tema estão agendadas para quinta 22, no Palácio de Convenções da capital cubana. “Nesta reunião, vão ser abordados os princípios e os passos para o restabelecimento de relações diplomáticas e a abertura de embaixadas nos dois países”, informou o Ministério das Relações Exteriores cubano. No mesmo dia está agendado outro encontro para “abordar assuntos bilaterais, incluindo áreas de cooperação em temas de interesse mútuo”, acrescentou a diplomacia cubana.

Antes, na quarta 21, os dois países vão manter uma rodada de conversações sobre temas migratórios, reuniões que Cuba e os Estados Unidos começaram a fazer no âmbito de acordos firmados em 1994 e 1995 para manter uma imigração “segura, legal e ordenada”. O encontro vai servir para “avaliar o progresso dos acordos migratórios e as ações assumidas pelas duas partes para enfrentar a emigração ilegal e o tráfico de emigrantes, entre outros temas”, informou, na sexta-feira 16, a diplomacia cubana.

Os Estados Unidos ressaltaram que a agenda das reuniões vai incluir matérias como trâmites técnicos e logísticos, tais como as operações da embaixada, pessoal e processamento de vistos.

Durante visita, Roberta Jacobson vai encontrar-se com representantes da sociedade, bem como líderes religiosos e empresários.

Reaproximação - As conversas surgem depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, terem anunciado, no dia 17 de dezembro, uma reaproximação histórica entre os dois países.

Um embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão da ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro em 1961, que ficou conhecido como o episódio da Baía dos Porcos.

Os dois países têm dado sinais de progresso no processo de normalização. Os Estados Unidos colocaram em vigor, na sexta-feira 16, um conjunto de medidas para aliviar algumas restrições impostas pelo embargo, enquanto o regime cubano libertou 53 presos que eram considerados prisioneiros políticos pelas autoridades norte-americanas. No fim de semana passada, uma delegação de congressistas norte-americanos visitou Havana.

Na segunda-feira 19, um grupo de 78 personalidades – antigos políticos (democratas e republicanos), empresários e membros da comunidade cubano-americana – escreveu uma carta a Barack Obama pedindo que o governante “trabalhe com o Congresso para atualizar o quadro legislativo em relação a Cuba”.

Na carta, assinada por líderes republicanos, como o ex-secretário de Estado George Shultz, da administração de Ronald Reagan, e empresários (como Alfonso Fanjul), as personalidades defendem que a necessidade de uma abertura em relação a Cuba porque “a abordagem [norte-americana] de 54 anos para promover os direitos humanos e a democracia em Cuba falhou”.


Agência Brasil, com edição da Redação - 21/1/2015

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