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Em discurso de posse, Dilma enfatiza ganho social

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'Temos hoje a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome', afirmou. Presidenta também reafirmou compromissos e falou em ajustes: 'Vamos provar que se pode fazer ajustes na economia sem revogar direitos ou trair compromissos'
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São Paulo – As transformações sociais no país nos últimos anos representam um "projeto de nação" que triunfou e foi mantido devido aos resultados obtidos até agora, disse na quinta-feira 1º, no discurso de posse, a presidenta Dilma Rousseff. "Em meu primeiro mandato, o Brasil alcançou um feito histórico. Superamos a extrema pobreza", afirmou Dilma, acrescentando que o país tem hoje "a primeira geração que não vivenciou a tragédia da fome". Ela reafirmou compromisso de campanha pela manutenção de direitos sociais, mas também fez referência a um ajuste nas contas públicas que deverá ser feito com o "menor sacrifício possível" para a população.

"Mais que ninguém, sei que o Brasil precisa voltar a crescer", disse a presidenta, ao citar um ajuste e ações no sentido de obter aumento da poupança interna, investimento e produtividade. "Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários", assegurou.

Ela ressaltou o "extraordinário trabalho" iniciado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "maior líder popular" da história do país. "Resgatamos 36 milhões da extrema pobreza e 22 milhões apenas em meu primeiro governo. Nunca tantos ascenderam às classes médias, nunca tantos conquistaram tantos empregos com carteira assinada, nunca o salário mínimo e os demais se valorizaram por tanto tempo e com tanto vigor." Dilma ressaltou que mantém compromisso com a política de valorização do salário mínimo, cuja lei determina uma renovação a partir deste ano.

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Mas a presidenta também admitiu que a eleição mostrou que a população exige mais dos governantes. "O recado que o povo brasileiro nos mandou não foi só de reconhecimento e de confiança. Foi também um recado de quem quer mais e melhor. Por isso, a palavra mais repetida na campanha foi mudança e o tema mais invocado foi reforma." E disse que governo e sociedade precisarão de "paciência, humildade, coragem e equilíbrio" para superar os obstáculos.

Conciliatória, observou que não irá enfrentar "essa luta" sozinha. "Sei que conto com o apoio dos senhores e senhoras parlamentares, com o apoio do meu querido vice Michel Temer, parceiro de todas as horas. Conto com os esforços dos homens e mulheres do Judiciário. Da minha base aliada, de cada liderança, ministros e ministras. Cada militante do meu partido, o PT, e da militância de cada partido da base aliada, representados aqui pelo maior líder popular da nossa história, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Dilma disse contar também com o apoio de movimentos sociais, incluindo os sindicatos.

"Vamos provar que se pode fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados ou trair compromissos sociais ajustados. Vamos provar que depois de fazer políticas sociais que surpreenderam o mundo, é possível corrigir distorções", afirmou Dilma, pregando "políticas mais modernas, éticas, e por isso mesmo mais saudáveis".

Ao mesmo tempo, a presidenta lembrou que as mudanças dependem muito da estabilidade e de credibilidade na economia. "A inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar", pontuou, antes de comentar que a economia brasileira causa preocupação, mas também tem o que comemorar, como a sétima economia mundial e um dos maiores exportadores agrícolas e de minérios do mundo, além de ser o terceiro maior usuário de internet.

Dilma afirmou que a dívida líquida do setor público é menor hoje do que no início de seu primeiro mandato, que as reservas internacionais se encontram na casa de US$ 370 bilhões e que os investimentos estrangeiros diretos atingiram volumes recordes nos últimos anos. Mais importante, destacou, "a taxa de desemprego está nos menores patamares já vivenciados na história do nosso país". E o Brasil criou 5,8 milhões de empregos formais "em um período em que o mundo submergia no desemprego".


Rede Brasil Atual - 2/1/2015
 
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