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'O Pinto do Visconde' sai com Carnaval democrático

Linha fina
Bloco aquece os tamborins dia 29 de janeiro, com concentração a partir das 18h, no centro de São Paulo
Imagem Destaque
São Paulo - Como a democracia, o samba e o Carnaval são a expressão das ruas, do cotidiano, do povo trabalhador e oprimido nas filas, vilas e favelas, como canta Caetano Veloso em “Sampa”.

Da mesma forma que a luta por direitos e contra o golpe tomou conta das capitais brasileiras, em especial em São Paulo, a celebração da festa mais popular do país não pode ficar restrita a quem pode pagar para assistir e, por isso, os blocos de Carnaval que animam os bairros paulistanos são também uma forma de resistência.

Um deles, 'O Pinto do Visconde’, nascido da iniciativa de um grupo de amigos que se reunia com frequência no antigo bar Absoluto, nas ruas Visconde de Parnaíba e Caetano Pinto, sairá no próximo dia 29 de janeiro com motivos de sobra para comemorar.

O bloco completa sete anos justamente neste 2016 de centenário do samba e passa a integrar o calendário oficial do Carnaval de rua da cidade de São Paulo. A concentração ocorre a partir das 18h, em frente ao Bar do Gerson, na Rua Caetano Pinto, 611, no Brás, ao lado da sede da CUT.

Presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, destaca que a festa nasceu como forma de manter viva a participação do povo como protagonista da folia. “A rua é o espaço democrático onde as pessoas podem protestar, mas também festejar com liberdade, como no dia em que o bloco vai às ruas, quando cada folião pode levar a sua contribuição, sua bandeira e sua alegria.”

Como de costume, comerciantes, moradores, trabalhadores, empresas, confederações e sindicatos contribuem e participam da festividade, organizada por meio do Coletivo de Cultura da CUT São Paulo. Desde o nascimento, a atividade conta com o apoio da CUT Nacional e da CUT/SP.

Entre os parceiros deste ano estão a União dos Movimentos de Moradia (UMM), Amigos de Infância Futsal, Instituto Amigos da Praça e o Instituto Macuco, que prometem engrossar o bloco de rua.

O ‘esquenta’ inicial terá a participação da “Banda da Alegria”, antiga Banda do Peru, já tradicional no Carnaval de rua, e da bateria da escola de samba Colorado do Brás. A coroação do Rei Momo ainda será divulgada, mas a faixa de madrinha será entregue à Magali de Maio, comerciante local e antiga moradora do Brás.

Silva Linhares, uma das organizadoras do bloco, espera que participação neste ano ajude a dar uma nova cara a um dos muitos bairros em transformação na capital paulista. “Infelizmente o Brás transformou-se, ao longo do tempo, em um bairro triste, não por seus moradores, mas pela a falta de opção cultural e pelo descaso do poder público”, diz.

Segundo Douglas, a proposta da Central é aproximar e fortalecer o diálogo com a comunidade local, com os moradores, os trabalhadores e as empresas da região, possibilitando até mesmo a construção de projetos comuns.

Confira, abaixo, a marchinha deste ano e participe também desta festa.
O Pinto do Visconde
De Sérgio dos Santos
Deixaram o galinheiro aberto
Que azar, O visconde não viu!
Isso é que dá ser desatento!
O Pinto do Visconde fugiu.
Por favor, ajude a encontrar
Junte-se a nós com garra e devoção!
Esse Pinto é muito esperto
Gosta de vinho, mulherada e azaração!

(Refrão)
Já procurei pelo Brás
Já fiz coisas que ninguém faz!
A pergunta que ninguém responde
Onde é que está o Pinto do Visconde?
A panela não é o seu lugar
Isso nunca, onde já se viu!
Ele não tem destino certo
Foi por isso que o Pinto fugiu!

(Refrão)


SERVIÇO
Saída do Bloco de Carnaval ‘O Pinto do Visconde’
Quando: 29 de janeiro de 2016, com concentração a partir das 18h
Onde: Em frente ao bar do Gerson, à Rua Caetano Pinto, nº 611, Brás, São Paulo-SP.  


Vanessa Ramos, da CUT São Paulo - 11/1/2016
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