Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Sobrecarga

BB implanta agência digital e bancários precisam se virar para atender a demanda

Linha fina
Modelo elimina atendimento presencial e trabalhadores reclamam da exigência para vender produtos aos clientes
Imagem Destaque
Arte: Freepik

São Paulo – Sem qualquer aviso, o Banco do Brasil implantou a segunda fase do modelo digital de atendimento para o seguimento pessoa física. Essa etapa teve início no dia 26 e pegou trabalhadores e clientes de surpresa.

Desde o início da implementação do modelo digital, o Sindicato alerta sobre os riscos para os funcionários do BB. Para piorar a situação, os bancários dos escritórios instalados na primeira fase têm denunciado a intensa e exagerada cobrança na venda de produtos e a falta de segurança na contratação dos mesmos.

"A cada hora é exigida a venda de produtos para clientes que ainda estão em processo de adaptação ao novo modelo e isso acaba gerando dúvidas e desconfianças, sem contar que a tecnologia ofertada pelo banco não oferece segurança para realizar os negócios sem expor o funcionário a penalidades. Não há assinatura de contratos, algumas transações de vendas de produtos permanecem sem a assinatura do cliente por meio de senhas ou gravações que comprovem a contração dos serviços como ocorre nas centrais de atendimento", detalha um bancário que já esta trabalhando nos escritórios digitais implantados no ano passado.

A dirigente Silvia Muto critica a postura do banco e da regional dos escritórios que expõe aqueles que não conseguem bater a meta diária, encaminhando-os para fazerem treinamento fora da unidade. E acusa o modelo impositivo e unilateral. "Esse modelo se ampliou de forma brutal, desconsiderando o perfil e as necessidades dos clientes. Eles foram informados na véspera de que não teriam mais o atendimento presencial realizado pelos gerentes", relata, lembrando que o BB e outros bancos públicos foram os responsáveis pela bancarização das classes mais baixas. "Agora limitam o acesso do público aos serviços presenciais essenciais", denuncia.  

A dirigente rechaça a forma como foi conduzida essa segunda fase do processo. "Os bancários tiveram poucos dias para se reorganizar no trabalho e na sua vida. A localização das novas plataformas está em região com péssimas condições de acesso devido à escassez de transporte público, além do grande fluxo de veículos", relata. "Muitos colegas, com medo da redução de seus salários, se submeteram a essa nova condição. E apos a nomeação e posse nessas unidades, foi anunciado que haverá a criação de novos escritórios digitais em região com melhor infraestrutura. Isso demonstra a falta de transparência nos processos e o tipo de tratamento que o banco dá a seus trabalhadores", critica Silvia. 

seja socio