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Bancários da agência Bradesco na esquina das avenidas Santo Amaro e Morumbi, na zona sul de São Paulo, viveram dia terror como vítimas de assalto nesta quinta-feira 4. Na Paulista, 171, uma agência do Itaú-Unibanco também foi invadida durante a madrugada. Essa situação de risco é recorrente no dia-a-dia dos bancários. Prova disso é que o número de roubo a bancos, segundo dados da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, cresceu significativamente no último trimestre de 2009.
Segundo as estatísticas divulgadas no dia 1º de fevereiro, na Capital e Grande São Paulo aconteceram 62 assaltos entre os meses de outubro, novembro e dezembro passados, contra 43 em julho, agosto e setembro daquele ano. Um aumento representativo de 44,19%. Em 2009, 196 agências e postos bancários foram alvo de bandidos. O crescimento dos números reflete o sentimento de medo e insegurança que toma conta de bancários, clientes e vigilantes.
Preocupado com o aumento nos assaltos a bancos, o Sindicato vem intensificando as ações para cobrar medidas do poder público e dos representantes das instituições financeiras. No dia 19 de janeiro houve uma audiência com o secretário de Segurança Pública do Estado, Antonio Ferreira Pinto que assumiu compromisso de criar um grupo de trabalho para tratar de segurança bancária. Esse grupo teria a participação das polícias civil e militar, dos representantes dos bancários, dos vigilantes, dos bancos e do Ministério Público do Estado de São Paulo.
“O crescimento no número de assaltos reforça a urgência na criação do grupo de trabalho para debater segurança bancária. Os bancários, assim como vigilantes e clientes não podem mais ficar expostos a esse risco, que quando não termina com caso de vítimas fatais, deixa sequelas com o adoecimento na categoria, como síndrome do pânico e stress pós-traumático”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. “A segurança é um das principais reivindicações dos bancários na campanha salarial e de direitos da categoria, na última, a federação dos bancos se comprometeu em retomar os grupos de trabalho para discutir as necessidades dos trabalhadores”, ressaltou.
Multas - O não cumprimento das leis de segurança fez com que os bancos levassem multas de R$ 15,501 milhões em 2009, na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp), coordenada pela Polícia Federal (PF). As penalidades foram aplicadas durante as seis reuniões ocorridas no ano passado, em Brasília.
Entre as principais irregularidades cometidas pelos bancos estiveram o funcionamento das agências com plano de segurança vencido, número insuficiente de vigilantes, utilização de bancários para fazer transporte de valores e alarme inoperante.
A Ccasp é integrada por representantes dos bancários, da federação dos bancos (Febraban), vigilantes, empresas de vigilância, empresas de transporte de valores, empresas de formação de vigilantes, entre outros.