São Paulo – Em todo o país, protestos contra a política de desvalorização dos bancários do HSBC. Nesta quinta-feira 16, os trabalhadores manifestaram-se contra o banco, que desconta da PLR os programas próprios de distribuição do lucro: PPR/PSV. Em São Paulo, o Dia Nacional de Luta contou com manifestações em agências de todas as regiões da capital e ainda no Tower, concentração que abriga a diretoria do banco inglês no Brasil.
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“Esse dia foi mais um exemplo do descontentamento dos trabalhadores, que há semanas protestam contra a compensação do PPR/PSV na PLR, principalmente após a mesa de negociação em que o banco insistiu no desconto”, afirma a diretora do Sindicato Liliane Fiuza.
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“O banco dá com uma mão e tira com a outra, já que os programas próprios estão vinculados a metas inalcançáveis e a critérios incompreensíveis para o trabalhador. O resultado disso é que, ao final do ano, após meses de pressão e assédio moral para o cumprimento das metas, muitos bancários não recebem nada”, critica o dirigente sindical Sérgio Siqueira. “Os protestos vão continuar até que o HSBC corrija essa injustiça”, avisa.
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Durante os atos desta quinta, foram distribuídos vários exemplares do jornal Análise, da Contraf-CUT, que denuncia todos os problemas dos programas próprios do HSBC. Os dirigentes também carregaram faixas onde se lia: “Produzir pra que, se eu já sei que não vou receber?”. Durante o ato, o presidente do banco, Conrado Engel, deixou o prédio do Tower de carro e recebeu a “benção” do padre. Personagem sempre presente nos atos, o padre “reza” constantemente para que o executivo tenha compaixão por seus funcionários e não desconte o PPR/PSV no programa próprio da PLR.
“O banco anunciou na última sexta feira (dia 10) que alteraria o programa para este ano. Ou seja, as consequências disso só viriam em 2013, mas o sentimento dos bancários é de desconfiança, já que em ocasiões anteriores o HSBC alterou metas, datas de pagamento e valores de remuneração. As regras são firmadas, mas no meio do jogo o banco muda e essas mudanças são sempre desfavoráveis ao trabalhador”, ressalta Liliane.
Além disso, continua a dirigente, os valores pagos como PPR/PSV nos últimos anos, provisionados no balanço, não condizem com os valores recebidos pela grande maioria dos trabalhadores. “Quem recebeu esses valores então?”, questiona.
Liliane conta ainda que, em todos os locais visitados pelo Sindicato, os bancários manifestavam frustração por receber a PLR com desconto no próximo dia 27, data anunciada pelo banco para o crédito da segunda parcela da participação nos lucros. “Temos outro problema: o HSBC ainda não divulgou o balanço, e o valor de recebimento da PLR está em suspenso. Os trabalhadores não sabem o que esperar para esse pagamento”, diz.
Ela reforça que os protestos irão continuar. “Faremos manifestações enquanto o banco não mudar a postura e negociar o programa atual e os anteriores, que foram estabelecidos sem qualquer negociação com o Sindicato. Não aceitamos programas que previamente excluem 10% dos trabalhadores, como no atual modelo, e que sejam alterados de acordo com a conveniência da empresa, e sem regras claras.”
“Valorização é o que queremos. Então, HSBC, valorize já!”, cobra Sérgio Siqueira.
Andréa Ponte Souza - 16/2/2012
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Em São Paulo, manifestações pelo não desconto do PPR/PSV na PLR aconteceram no Tower e agências de todas as regiões da capital
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