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Sonho do HSBC é pesadelo para o bancário

Linha fina
Banco institui nova forma de venda de produtos, mas não investe em estrutura e mantém pressão
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São Paulo – “Vender apenas o que o cliente deseja” e “Aqui vendemos sonhos” são dois dos novos “lemas” adotados pelo HSBC junto a seus funcionários. As mensagens de teor positivo, no entanto, tentam esconder a real situação dos bancários: falta de trabalhadores, sistema operacional sucateado e falta de transparência sobre os valores que os empregados têm de receber pela negociação de serviços com os clientes.

“O clima nas agências e no Telebanco é péssimo. Atualmente eles gastam tempo maior para apurar o que o cliente deseja em termos de serviços, mas as metas continuam abusivas. Logo, embora demorem bem mais nessas operações, têm de vender cada vez mais”, revela o diretor da Fetec-CUT/SP Luciano Ramos.

Segundo o dirigente, entre as medidas adotadas pelo HSBC está a criação de plataformas de atendimento exclusiva para gerentes, aos quais são repassadas as carteiras dos clientes empresariais. “Esse segmento é um dos mais rentáveis para os funcionários, que apuravam remuneração variável maior nesse tipo de venda. Agora estão restritos a operar com outros segmentos e, mesmo assim, são cobrados”, destaca o dirigente, acrescentado que os trabalhadores afirmam que o sistema operacional do banco está sucateado. “Há pane a todo momento, o que compromete o serviço, Muitos se queixam que o cidadão acaba desistindo de adquirir um produto devido a essas falhas.”

Telebanco – No call center, a situação não é diferente. No local os empregados são pressionados diariamente. “Muitos dizem que não conseguem dormir à noite, pensando na jornada atribulada que tiveram e o que enfrentarão no dia seguinte. Eles asseguram que o que é sonho para o HSBC para eles se tornou pesadelo.”

Outra reclamação, que parte tanto da rede de agências quanto do Telebanco é que o HSBC não divulgou quanto o funcionário deve ganhar pelo serviço vendido. “Até o ano passado os funcionários sabiam quanto receberiam por uma conta aberta ou pela venda de uma apólice. No entanto, já estamos em fevereiro e até o momento o banco não definiu os valores e, quando cobrado, o HSBC se limita a responder que apenas os melhores serão contemplados”, acrescenta.

Também questionado sobre a data de pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados, a instituição diz que só se posicionará após a divulgação de seu balanço, que não tem data para ser pulicado. “Estamos cobrando resposta para a PLR e soluções para melhorar as condições de trabalho. Mas é importante que os funcionários denunciem outras questões e participem das manifestações do Sindicato para mostrar sua insatisfação”, acrescenta Luciano.


Jair Rosa - 10/2/2014

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