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O Pinto do Visconde resgata carnavais de outrora

Linha fina
Mesmo sob chuva persistente, os foliões cativos saíram às ruas aproximando a comunidade do Brás e celebrando os seis anos do bloco apoiado pela CUT
Imagem Destaque

São Paulo - Faça sol ou faça chuva, o importante é o clima da alegria, da paz, da comunidade e da solidariedade. Mesmo sob a chuva que persistiu na noite da sexta 6, os foliões cativos do O Pinto do Visconde saíram para brincar o carnaval nas ruas do Brás, celebrando os seis anos de fundação do bloco apoiado pela CUT.

Durante a concentração, na Rua Caetano Pinto, e no cortejo pela Rua Visconde de Parnaíba – vias que deram origem ao nome do bloco – o que deu o tom foram as marchinhas dos carnavais de outrora, tocadas pela Banda da Alegria e, no vocal, Telma Victor, secretária de Formação da CUT São Paulo.

A comerciante Magali de Maio, antiga moradora do Brás, é madrinha do bloco e participa ativamente todos os anos. Para ela, além de mais divulgação, “O Pinto do Visconde precisa de apoio e participação maior dos comerciantes da região. Assim o bloco poderá crescer mais e envolver mais pessoas do bairro”, avalia.

Segundo o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, “o evento é uma celebração da alegria e a CUT participa porque a cultura brasileira também é direito da classe trabalhadora. Além disso, a Central sempre esteve engajada com a comunidade do Brás, que abriga nossa sede no bairro histórico dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade”.

O assessor Antônio Marcos Dascânio, o Dasca, da Secretaria de Política Sindical da CUT São Paulo, foi o Rei Momo da festa, com traje dourado e vermelho semelhante a uma vestimenta romana. A estilista foi a companheira Bernadete Massineli, secretária que cuida do dia a dia na CUT Estadual, responsável pela customização das camisetas das mulheres cutistas, com muitos recortes e adereços coloridos.

Ela conta que gosta de carnaval desde a infância e, moradora de Franco da Rocha, brincava nos clubes e salões da cidade vizinha, em Caieiras, época em que sua mãe a maquiava para as festas, recorda emocionada.

“Como já tive loja de decoração para festas, desde a fundação do bloco personalizo as camisetas femininas com alguns brilhos, sinhaninhas, glitter. A mulherada já sabe e todo ano me procura para enfeitar as roupas. Adoro participar porque isso nos envolve e une as pessoas para realizar o carnaval de rua tradicional”, afirma Bernadete.

Dascanio relata uma situação inusitada ocorrida neste ano. “Ainda não havia ninguém para vestir a roupa do Visconde. Passou um casal pela rua durante a concentração, ele pediu para vestir a fantasia e, de repente, os dois se integraram à festa”.

E encarnando O Pinto com sua fantasia amarela, Gabriel Cestaro, trabalhador da CUT Nacional, deu um show de animação durante todo o desfile.“O que motiva a participar sempre são as marchinhas, é o carnaval de rua que temos que voltar a curtir, com o bloco nas ruas chamando as pessoas para brincar. O mais importante é resgatar esse tipo de carnaval, que aproxima a comunidade do Brás”, conclui.

História – O Pinto do Visconde nasceu em 2009, com cutistas que desejavam unir Central e comunidade para celebrar o carnaval no Brás. A conversa surgiu durante um almoço no Bar Original, na esquina das ruas Visconde Parnaíba e Caetano Pinto, dando nome do bloco.

Com novo visual estampado nas camisetas dos foliões, em 2015 o Pinto do Visconde completou seis anos consecutivos levando alegria, descontração e muitas cores ao cinzento bairro.

No próximo ano, todos e todas já estão preparados – ainda que chova dias sem parar, o bloco e seus foliões têm destino certo: estarão novamente reunidos para a festa do carnaval 2016.


Flaviana Serafim, da CUT São Paulo - 10/2/2015

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