São Paulo – O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de R$ 11,1 bilhões em 2017, crescimento de 54,2% em relação a 2016. O resultado foi impactado, principalmente, pelo aumento da receita com tarifas, redução das despesas de provisão e das despesas administrativas.
O balanço do BB indica a redução de mais de R$ 2 bilhões na folha de pagamento em 2017, com o corte de 1.461 postos de trabalho, o que resultou em uma queda de 8% nas despesas com pessoal. Em 2016, o banco já havia reduzido o número de funcionários em 8.569 trabalhadores. Além disso, no ano passado foram fechadas 670 agências.
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“Os impactos destes indicadores são vivenciados diariamente pelos bancários e clientes nas agências. Faltam funcionários e o atendimento está sendo precarizado. O corte de postos de trabalho e o fechamento de agências estão diretamente ligados ao caos que os bancários do BB enfrentam nos locais de trabalho. Estão cada vez mais sobrecarregados”, avalia a dirigente do Sindicato e bancária do Banco do Brasil, Silvia Muto.
“Os trabalhadores, responsáveis pelo resultado do banco, estão sendo massacrados em nome da redução dos gastos administrativos. O quadro de funcionários está extremamente desfalcado e o atendimento precarizado. Recentemente, o BB transferiu de forma compulsória mais de 50 escriturários de São Paulo de agências com poucos funcionários para outras com quase nenhum”, acrescenta.
Se por um lado o banco extingue empregos, por outro ganha com as tarifas que cobra do consumidor. As receitas do BB com tarifas bancárias cresceram 9%, chegando a R$ 25,9 bilhões em 2017. Apenas com essa receita, o banco cobre 118% do total das suas despesas de pessoal, incluindo PLR.
Outros dados – A rentabilidade do BB sobre o patrimônio líquido foi de 10,7%, crescimento de 3,2 p.p. em relação a 2016.
As despesas de captação do banco tiveram forte queda, de 32%, e ajudaram a impulsionar o lucro, assim como as despesas de PDD que caíram 10% em relação a 2016.
Em 2017, a carteira de crédito ampliada apresentou redução de 3,8%. A carteira PJ teve queda de 9,3% no ano. A carteira PF, por sua vez, cresceu 2,7% em 12 meses, fruto do desempenho positivo em crédito consignado (R$ 4,6 bilhões) e da alta de 6% no financiamento imobiliário (R$ 2,5 bilhões).
O índice de inadimplência no banco alcançou 3,74% em dezembro. Se um caso específico fosse desconsiderado, seria de 3,32%.