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Déficit da Funcef aumenta ao longo de 2019

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Dados apresentados pela fundação mostram que no acumulado janeiro-novembro, o montante negativo chegou a R$ 6,4 bilhões
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Arte: Fenae

A Funcef divulgou o resultado consolidado referente ao período de janeiro a novembro de 2019 e os números são desanimadores. O déficit acumulado nos planos de benefício da fundação chegou a R$ 6,447 bilhões, representando aprofundamento de R$ 1,224 bilhão na comparação com dezembro de 2018.

O resultado apresentado pela Fundação agrava a situação dos participantes. Após equacionar os R$ 5,4 bilhões negativos em 2016, a fundação conseguiu acumular, só no ano de 2017, R$ 6,5 bilhões de reais de déficit. No ano de 2018, com resultado positivo de R$ 1,3 bilhão, o déficit acumulado regrediu para R$ 5,2 bilhões, mas no acumulado do ano de 2019 o déficit não só já neutralizou o resultado positivo do ano anterior como aumentou para R$ 6,4 bilhões.

Como o déficit correspondente ao ano de 2016 foi integralmente equacionado por meio das contribuições extraordinárias, o déficit apresentado em 2019 diz respeito somente aos anos de 2017, 2018 e 2019.

Acompanhando os demais resultados mensais de 2019, o Reg/Replan Saldado apresentou perda de R$ 1,207 bilhão nos onze meses do ano, e o Não Saldado marcou R$ 42,7 negativos.

No Novo Plano houve ganho, mas insuficiente para eliminar o negativo acumulado. O REB apontou positivo de R$ 10 milhões. Para esses dois planos, déficits ou superávits se aplicam ao grupo de aposentados e pensionistas. Por sua modalidade, na fase contributiva o participante ainda acumula saldo para o cálculo do benefício. Mas esse saldo, evoluindo aquém do esperado, formará reserva menor e, no futuro, benefício menor.   

Segundo análise do Observatório do Participante, os investimentos estruturados, operações com participantes e ações a mercado trouxeram maiores ganhos. 

“Os investimentos estruturados, segmento que inclui os fundos de investimentos em participações (FIP), marcaram rentabilidade de 12,73%. Operações com participantes (empréstimos), positivo de 10,77%, e ações a mercado, 26,32%.  Por outro lado, Fundo Carteira Ativa II (Cia. Vale) registrou variação negativa de 12,1%, com perda R$ 845,2 milhões. A participação nesse fundo é significativa no Reg/Replan, forma saldada e não saldada. No Novo Plano e REB, bem menos.  Para os demais segmentos destacados, o de renda fixa se sustentou com títulos públicos na curva (a serem resgatados no vencimento). Os títulos públicos a mercado (disponíveis para negociação independentemente do vencimento) tiveram rentabilidade de 5,65%, portanto inferior à meta”.

Apesar dos investimentos estruturados apresentarem a maior rentabilidade no Saldado, plano que apresenta o maior déficit da Funcef, a alocação de recursos neste segmento é mínima. Apenas 2,4% dos investimentos estão direcionados a essa carteira, que apresenta rentabilidade de 13,12%.

Comparativamente, renda fixa, investimento que concentra 55% de todos os investimentos do plano, apresentou rentabilidade de 8,9%.

“Em 5 de fevereiro o BC determinou a diminuição da taxa Selic e isso terá reflexos nos investimentos. Nos preocupa ver nossa fundação investindo pesado em renda fixa/títulos públicos, pois dessa  maneira o atingimento das metas restará comprometido e todos sabemos qual o final disso: mais equacionamentos”, alerta Valter San Martin, dirigente sindical e diretor coordenador da Anapar Regional São Paulo.

 

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