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Chapéu
Sem crise

Itaú lucra R$ 18,91 bilhões em 2020

Linha fina
Apesar de menor que o do ano anterior, quando teve o maior resultado da história, o banco registrou lucro muito expressivo em meio à pandemia. Na avaliação do Sindicato, o resultado no ano passado mostra que o Itaú tem todas as condições de contratar ao invés de demitir
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Foto: Contraf-CUT

O Itaú registrou lucro líquido de R$ 18,91 bilhões em 2020. O resultado é 28,87% menor do que o registrado em 2019, ano em que o Itaú obteve o maior lucro da história dos bancos no Brasil. Segundo o banco, apesar do resultado menor, houve sinais de melhora no  4º trimestre de 2020, com crescimento da carteira de crédito na maior parte dos segmentos. O retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) foi de 14,5%, com queda de 9,2 p.p., enquanto, no Brasil, o retorno foi de 15,3% (queda de 9,6 p.p. em comparação a 2019).

De acordo com o balanço do Itaú, a Carteira de Crédito do banco cresceu 20,3% em doze meses, atingindo R$ 869,5 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 6,6% em relação a 2019, chegando a R$ 255,6 bilhões, com destaque para veículos (+23,0%) e crédito imobiliário (+21,2%). Já as operações com micro e pequenas empresas (MPE) no país somaram R$ 127,6 bilhões, com alta de 33,9% em doze meses, e a carteira de grandes empresas variou 21,6%, totalizando R$ 269,0 bilhões em no ano passado. A carteira de crédito para a América Latina cresceu 30,7% no ano, atingindo R$ 217,3 bilhões.

“Apesar do resultado menor que o de 2019, em que pese ter sido o ano em que o Itaú obteve o maior lucro da história dos bancos no Brasil, o lucro registrado em 2020 é ainda muito expressivo, construído por seus trabalhadores em meio a uma pandemia, que mergulhou o país ainda mais em uma gravíssima crise econômica”, avalia a secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato e bancária do Itaú, Marta Soares. 

Impostos 

Um item que teve forte impacto nos resultados do banco foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 4,26 bilhões em 2019, para uma receita de quase R$ 9,8 bilhões em 2020, devido à entrada de créditos tributários. Ainda assim, o resultado antes dos impostos ficou 77,81% menor em relação a 2019, fechando 2020 em R$ 6,98 bilhões.

PDD 

Mesmo em meio a uma pandemia, que afetou a renda de milhões de brasileiros, o índice de inadimplência superior a 90 dias no país caiu 0,7 p.p, ficando em 2,3%. Ainda assim, o Itaú aumentou as suas despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) em 26,13%, totalizando R$ 30,14 bilhões, o que teve impacto no lucro registrado em 2020. 

“O Itaú, mesmo com o resultado menor do que em 2019, que também sofreu impacto do aumento da provisão para eventuais calotes, tem todas as condições de contratar ao invés de demitir, como fez em plena crise sanitária e social causada pela pandemia. Como expoente do setor que mais lucra no país, e operando por meio de uma concessão pública, o Itaú tem o dever de exercer a responsabilidade social que tanto destaca na sua publicidade. Isso significa contratar, diminuindo a sobrecarga a que seus funcionários estão submetidos, e não colaborando para o crescimento da já elevadíssima taxa de desemprego no país”, conclui Marta. 

Somente com o que arrecada com tarifas e prestações de serviços, receita secundária, o Itaú cobriu em 176,55% o total de despesas com pessoal em 2020. 

Postos de trabalho

Ao final do 4º trimestre de 2020, o grupo Itaú contava com 83.919 empregados no país, com crescimento de 2.228 mil postos de trabalho em doze meses, mas uma redução de 353 postos em relação ao trimestre anterior. É Importante destacar que, a partir do segundo trimestre, o total de empregados passou a considerar também os trabalhadores da ZUP (empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019). Em doze meses, foram fechadas 117 agências físicas no Brasil e não foi aberta nenhuma nova agência digital, totalizando 3.041 e 196, respectivamente.

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