O movimento sindical cobrou do Santander a garantia das condições de saúde e de segurança para os trabalhadores durante a nova edição do “Desendivida”, que ocorrerá entre os dias 6 e 10 de fevereiro. Nestas datas, as agências ficarão abertas das 9h às 18h, para negociação de dívidas dos clientes.
“Também cobramos do banco que sejam devidamente registradas as horas de trabalho, inclusive as pausas para almoço, e que, já que o banco nos impôs esse normativo que prevê a compensação de horas e não o pagamento de horas extras, que a instituição financeira garanta que os gestores não vão apresentar qualquer tipo de empecilho para que as horas trabalhadas a mais sejam efetivamente compensadas em horas de descanso dos trabalhadores.”
Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander)
O movimento sindical defende que as horas trabalhadas a mais devem ser pagas, e não compensadas. Importante lembrar, também, que o normativo de compensação de horas foi criado pelo Santander após a reforma trabalhista de 2017, sem nenhuma negociação com as entidades representativas dos trabalhadores.
Os representantes dos trabalhadores vão acompanhar o expediente estendido durante a semana, e cobrarão para que as horas a mais trabalhadas sejam pagas na forma da lei ou compensadas.
“Os trabalhadores que se sentirem lesados, ou forem impedidos de compensar as horas, devem procurar seus sindicatos”, orienta Lucimara. Veja contatos no final deste texto.
Sem nenhuma negociação prévia com o movimento sindical, o Santander encaminhou comunicado institucional aos seus funcionários, na sexta-feira 3, informando que entre os dias 6 e 10 de fevereiro as agências ficarão abertas das 9h às 18h, para mais uma edição do “Desendivida”, o programa do banco para a negociação de dívidas dos clientes.
O “Desendivida” foi criado pelo Santander no início de 2022. Na ocasião, o banco tentou abrir as agências aos sábados, o que motivou uma série de ações judiciais, que resultarem em liminares impedindo a abertura das agências.
“As liminares que impediram a abertura das agências aos sábados serviram de lição para o banco, que desta vez vai realizar o programa durante a semana, em horário estendido. Mas o banco ainda não aprendeu que deve negociar as ações que envolvam os trabalhadores”, diz Lucimara.
“Também é importante lembrar que o problema da inadimplência do Santander não são os clientes pessoa física, mas as grandes empresas, como as Lojas Americanas. Uma dívida que impactou no lucro do banco e, consequentemente, irá afetar na PLR dos bancários”, acrescenta a coordenadora da COE Santander.
Um dos impactos negativos no lucro do Santander divulgado na quinta-feira 2 foi o crescimento dos créditos de liquidação duvidosa (PDD), que, de acordo com o seu relatório, ocorreu “devido ao aumento no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um evento subsequente no segmento do Atacado”.
“O aumento exponencial da PDD e a consequente redução do lucro não serão resolvidos por ações pontuais no varejo. Este impacto foi causado pela Americanas e por decisões que se mostram desastrosas”, afirma Lucimara.
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