A agência do Santander localizada na Rua Antônio Agu, esquina com a Avenida dos Autonomistas, na região central de Osasco, tornou-se um ambiente que, devido a sua superlotação, adoece bancários e enfurece clientes.
A situação da agência da Rua Antônio Agu – que absorveu o fluxo de outras sete agências fechadas pelo Santander na mesma região - exemplifica com clareza os problemas advindos de decisões equivocadas da alta cúpula do banco.
Na unidade, seis bancários se desdobram para realizar de 80 a 100 atendimentos gerenciais por dia. O tempo de espera para atendimento na agência chega a alcançar 1 hora e 40 minutos, muito além do tempo máximo determinado pela legislação estadual, que prevê o atendimento em até 15 minutos em dias normais, e em até 30 minutos, em vésperas ou dias seguintes a feriados e em dias de pagamentos a servidores públicos e de tributos.
“A situação caótica nesta unidade de Osasco não é pontual. É rotineira. É consequência das decisões de gestão do Santander, que fecha agências, sobrecarrega e adoece bancários, e desrespeita clientes. Decisões estas que vão no sentido contrário da rotina de uma agência, totalmente descoladas da realidade”, diz o dirigente do Sindicato e bancária do Santander Welington Corrêa.
Welington lembra que, além de enfrentarem um ambiente adoecedor, os bancários da agência são penalizados pelos graves erros de gestão do Santander. “Quando um cliente registra uma reclamação no Banco Central, o Santander penaliza o bancário. Ou seja, o trabalhador tem de driblar as condições indignas de trabalho oferecidas pelo banco e ainda é punido por isso.”
Enquanto transforma as agências que restam abertas em verdadeiros moedores de gente, o Santander implementa mais uma reestruturação, prometendo mais agilidades nas decisões, maior horizontalidade, mas na ponta do atendimento a realidade é uma só: bancários sobrecarregados e adoecidos, e clientes sem um atendimento adequado.
“O atendimento gerencial é imprescindível. Cabe ao Santander adequar-se as necessidades e especificidades de cada local. Afinal, mesmo que diga o contrário, o Santander é sim um banco e, como o banco que é, atuando como concessão pública, está submetido aos normativos do Banco Central e legislações municipais, estaduais e federais”, pontua a secretária-geral do Sindicato e também bancária do Santander, Lucimara Malaquias.
Após o Sindicato cobrar o Santander sobre a situação caótica da agência da Rua Antônio Agu, em Osasco, o banco se comprometeu com a transferência de uma nova funcionária para a unidade a partir de segunda-feira (3). “A transferência é bem vinda, porém insuficiente. São sete agências unificadas e uma funcionária não vai resolver o problema do fluxo e da sobrecarga. Vamos continuar acompanhando e cobrando que o banco faça mais contratações”, avalia a secretária-geral do Sindicato.
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região vai intensificar as atividades de denúncia de situações como a identificada na agência do Santander da Rua Antônio Agu.
“Um banco como o Santander – com lucro astronômico, enviado em grande parte para a Espanha, e que cobra tarifas absurdas– tem a obrigação de oferecer condições dignas de trabalho aos bancários e atendimento adequado aos clientes. Queremos mais contratações e, sobretudo, respeito”, conclui Lucimara.