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"Ato da Cantareira" contra gestão da Sabesp

Linha fina
Consórcio de consumidores de água que reúne 43 municípios e 30 empresas situados na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí vai anunciar data do protesto
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São Paulo – O Consórcio PCJ, associação que reúne representantes de 43 prefeituras e 30 empresas situadas ou atuantes na região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, anunciou na sexta 14 que programa um grande ato contra a gestão da água realizada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. O protesto, batizado de "Ato da Cantareira", será no reservatório de Jacareí, em Piracaia (a 62 km da capital), "onde o leito da barragem já apresenta vegetação de médio porte", segundo o comunicado. Nesta segunda-feira, o Sistema Cantareira alcançou o menor nível de sua história, com apenas 15% de sua capacidade disponível.

O Consórcio PCJ irá anunciar a data para realização do protesto em sua próxima reunião executiva, que ocorre nesta sexta-feira 21, mas já adiantou seus pontos de reivindicação: o início de um novo programa de combate à perda d'água, a criação de um programa intermunicipal de preservação e recuperação dos mananciais, desassoreamento das calhas dos rios e dos reservatórios e revisão das outorgas de uso de água do Sistema Alto Tietê (a exemplo da revisão das regras para o Sistema Cantareira, atualmente em discussão). Um dos pontos centrais do protesto, o respeito à Curva de Aversão de Riscos para definir quanta água pode ser retirada dos reservatórios durante a estiagem, também já havia sido questionado pelo Ministério Público.

Antes, o Consórcio assinou a Carta de Campinas, em que acusava o governo Alckmin de criar “a falsa impressão que a região metropolitana de São Paulo está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação”. O governo estadual havia acabado de anunciar a interligação emergencial entre os sistemas Cantareira e Alto Tietê para garantir reposição parcial de água aos reservatórios, mas as obras não serão suficientes para reverter o quadro atual de consumo e reposição de água: mesmo após as campanhas de redução de consumo da Sabesp, o ritmo de consumo das regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo segue duas vezes maior do que a vazão de afluentes nos reservatórios.


Diego Sartorato, da Rede Brasil Atual - 18/3/2014

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