Pular para o conteúdo principal

Centrais do Paraguai convocam greve geral

Linha fina
Mobilização no dia 26 “contra a venda da soberania da Pátria” quer derrubada da lei de Aliança Público-Privada e reajuste de 25% do salário mínimo
Imagem Destaque

São Paulo - As centrais sindicais do Paraguai convocaram uma greve geral para o dia 26 “contra a venda da soberania da Pátria” – expressa na Lei de Aliança Público-Privada (APP) – e em defesa do aumento de 25% do salário mínimo. As perdas acumuladas somam 35% e o governo do presidente Horacio Cartes anunciou um reajuste de 10%.

Para o presidente da Central Unitária de Trabalhadores Autêntica (CUT-A), Bernardo Rojas, “esta será uma greve histórica, unindo capital e interior, trabalhadores da saúde, educação, comércio e indústria aos estudantes e camponeses”. “O fato é que o povo está cansado deste governo neoliberal de Cartes”, sublinhou.

Conforme as centrais, é preciso derrogar a APP, pois é uma “privatização disfarçada” que permite ao Executivo, por meio de alianças e concessões, tomar decisões sem consultar o Legislativo, entregando patrimônios estatais – rodovias, portos, aeroportos, sistema de educação e saúde, distribuição de água e energia, penitenciária, telecomunicações – à exploração dos grandes monopólios privados nacionais e estrangeiros.

De acordo com Aldo Snead, dirigente da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), “a APP dá atribuições ao Executivo para vender a Pátria, que tem como suas principais riquezas justamente o patrimônio público”. Além disso, alertou, “a cada dia se nota o aumento da brecha entre ricos e pobres. Quem atualmente recebe um salário mínimo já entra na linha da pobreza”.

Proposto pelas centrais, o reajuste imediato de 25% serviria para aquecer a economia paraguaia e fazer frente à alta do custo de vida e aos crescentes índices de desemprego e informalidade, que têm alavancado a violência por todo o país.

A redução dos custos do transporte público, o fim das perseguições antissindicais e das violações aos contratos coletivos também são reivindicações que os trabalhadores levarão às ruas no dia 26 de março.

Há uma preocupação dos sindicalistas diante da campanha midiática impulsionada pelo governo de que os protestos seriam violentos, procurando fomentar um caldo de cultura que justifique a repressão indiscriminada. “Nós decidimos que a greve será pacífica e estamos recomendando a todos os companheiros para que não caiam em provocação”, concluiu Rojas.


Leonardo Severo, da CUT - 11/3/2014

seja socio