São Paulo – O Sindicato recebeu denúncia de mais uma arbitrariedade cometida pela direção do Banco do Brasil. Não bastasse o fato de os caixas estarem proibidos de fazer transações de valores inferiores a R$ 800, inclusive de clientes, os trabalhadores não podem mais abrir conta corrente de quem tem renda mensal inferior a R$ 2 mil. O Sindicato já cobrou a revogação das medidas discriminatórias e também reivindica negociação com o banco para discutir a situação dos trabalhadores.
> Banco do Brasil quer discriminar clientes e funcionários
Análise do Dieese (Departamento intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que das 156,6 milhões de pessoas em idade ativa, 97,8 milhões (ou 62,5%) recebiam menos de três salários mínimos, ou até R$ 2.034. Os dados são referentes à Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) de 2013, quando o salário mínimo era R$ 678.
“Mesmo com a valorização do salário mínimo, a partir dessas informações é possível verificar que o banco está excluindo milhões de assalariados. Ou seja, mais uma vez seu caráter público está sendo desvirtuado para atender a interesses do mercado. Quer afastar a pessoa de baixa renda para priorizar correntistas com maior poder de compra. Isso é um absurdo com o qual não concordamos”, afirma o diretor do Sindicato João Fukunaga.
De acordo com o dirigente, o BB incorre, ainda, em irregularidades ao não prestar serviços à população, como o recebimento de contas, o que é proibido pela resolução nº 3.694/2009 do Banco Central e pelo artigo 39º do Código de Defesa do Consumidor. “A medida, além de discriminatória, deixa o banco à mercê de pagar multas por esses descumprimentos”, acrescenta Fukunaga.
Reunião – Os dirigentes sindicais cobram uma negociação com o BB na qual exigirão também soluções para questões como o pagamento de horas extras relativas ao Plano de Funções Gratificadas (PFG), a mudança no ponto para as mulheres, entre outros problemas que afetam a rotina dos bancários.
Jair Rosa – 4/3/2015
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Por determinação da direção da empresa, bancários deixam de atender parcela significativa de assalariados. Sindicato cobra fim da discriminação
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