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Contraf: unidade assegura avanços

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Delegados elegem nova diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que tem compromisso de ampliar organização da categoria e intensificar a luta por salários maiores, melhores condições de trabalho e sociedade mais justa e igualitária
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São Paulo - Representantes dos trabalhadores de todo o país elegeram a nova diretoria da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) para o triênio 2015/2018.

Na eleição realizada durante o 4º Congresso da entidade, nos dias 20, 21 e 22 de março, inscreveram-se duas chapas. Sendo vencedora a Chapa 2, encabeçada por Roberto Von Der Osten, com 265 votos (76% do total), contra 85 sufrágios (24,3%) da Chapa 1.

Houve dois votos em branco e um nulo.

> Diretoria da Contraf tem ampla representatividade

“Vamos continuar a organizar e articular a categoria bancária para defender a democracia e os direitos dos trabalhadores", afirmou Roberto Von Der Osten. "Também vamos organizar a atuação dos bancários no Congresso Nacional contra o PL 4330 da terceirização, que deve retornar à pauta."

Unidade – A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, eleita para a vice-presidência da confederação, enfatiza a importância da manutenção da unidade da categoria (por meio da Contraf), o que tem assegurado conquistas para os trabalhadores de bancos privados e públicos.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o resultado acumulado das três últimas campanhas da categoria – 2012, 2013 e 2014 – representou a injeção de R$ 25 bilhões no bolso dos bancários. Isso levando em consideração apenas os reajustes salariais, a Participação nos Lucros e Resultados, e os vales refeição, alimentação e a 13ª cesta. “Uma campanha vitoriosa significa também distribuição de renda. O que os bancários de instituições públicas e privadas recebem, eles utilizam na aquisição de bens, na qualificação profissional. Enfim, embora seja uma conquista da categoria, impacta positivamente na economia do país, auxiliando na geração de emprego em outros setores.”

Nesse triênio os funcionários de bancos privados, além de aumento real nos salários, também asseguraram avanços no combate ao assédio moral com a proibição da divulgação do nome do bancário em ranking e de envio de mensagens de cobranças aos celulares dos trabalhadores, o abono-assiduidade que corresponde a uma folga durante o ano. E o vale-cultura que beneficia bancários de instituições públicas e privadas com remuneração de até cinco salários mínimos. Além da PLR sem IR, conquista de 2013.

Na Caixa Federal houve a consolidação da PLR Social – distribuição linear de 4% do lucro líquido entre todos os empregados –, a ampliação do número de bancários de 92 mil para 101 mil e evolução nos critérios para merecimento do Plano de Cargos e Salários.

No Banco do Brasil a luta assegurou, entre outras conquistas, aumento maior na carreira por mérito e avanços para os  caixas e funcionários lotados nas centrais de atendimento (CABB).

Sociedade mais justa – Entre os debates realizados durante o Congresso da Contraf, destacaram-se a luta por reformas política e tributária, a democratização dos meios de comunicação e mudanças no Sistema Financeiro Nacional.

“O caso do HSBC, com a evasão de divisas para paraísos fiscais, é emblemático e comprova a necessidade urgente de se mudar o sistema financeiro. É necessário ampliar os mecanismos de defesa para que o país não seja prejudicado”, afirma Juvandia. “Também é essencial taxar as grandes fortunas e acabar com a sonegação para diminuir o imposto pago pelos trabalhadores. Em 2010, os milionários brasileiros mandaram o equivalente a US$ 520 bilhões para paraísos fiscais.”

> Um terço do PIB do país está em paraísos fiscais

Essas e outras questões, como a defesa dos empregos bancários, definirão a forma de atuação da Contraf nos próximos anos, e serão debatidas em seminário nacional a ser agendado.

PL 4330 – Entre as prioridades aprovadas pelos delegados está a participação da categoria no protesto convocado pela CUT em Brasília, no Congresso Nacional, contra a aprovação da PL 4330 que legaliza a terceirização da atividade-fim. O ato será no dia 7 de abril, data de sua possível votação.


Redação - 24/3/2015

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