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Ineficiência da Genop penaliza bancários do BB

Linha fina
Funcionários de centro administrativo trabalham sem ar-condicionado há três semanas e agências na zona sul estão fechadas há meses; Sindicato cobra solução e promete protestos se concentração continuar sem sistema de refrigeração
Imagem Destaque

São Paulo – A inoperância da Gerência Regional de Apoio aos Negócios e Operações (Genop), setor responsável pela manutenção da infraestrutura do Banco do Brasil, está literalmente sufocando os funcionários. O sistema de refrigeração da concentração conhecida como Compe começou a apresentar problemas no dia 18 de fevereiro e parou de funcionar de vez poucos dias depois.

Nesta sexta-feira 6 o Sindicato esteve no local para certificar-se de que os aparelhos, com aproximadamente 30 anos, estejam de fato passando por reparos, como garantiu a Genop. A promessa é que até terça-feira 10 o sistema volte a funcionar.

> Fotos: galeria da visita do Sindicato

“Tivemos reunião com a Genop em janeiro do ano passado para cobrar medidas efetivas contra problemas como esse, mas ao que parece a ineficiência do setor persiste e quem paga a conta é o trabalhador”, afirma o integrante da comissão de empresa Claudio Luis de Souza.

> Sindicato cobra soluções do BB

Em algumas salas o termômetro registrava 35 graus, isso às 11 horas da manhã. “Vocês precisam ver como fica isso aqui lá pelas quatro da tarde. É insuportável. Tem gente que até passou mal”, conta um bancário da concentração que abriga setores como compensação de cheques, DOCs e TEDs, além de uma parte da Gecex .

Para amenizar o sofrimento, o banco disponibilizou ventiladores e deslocou trabalhadores para uma contingência no centro da cidade e também para algumas salas na própria Compe que possuem aparelhos internos de ar-condicionado, mas as vagas são poucas. “É na base do quem berra primeiro vai, mas esses aparelhos nem dão conta de esfriar a sala toda”, conta uma funcionária.

“Tenho 23 anos de banco e todo ano em dezembro ou janeiro o ar quebra. Começa o ano e o ar quebra. Lá para maio, quando a temperatura baixar uns 10 graus, ele volta a funcionar”, ironiza uma bancária.

Mas a ironia dessa história é que uma das únicas salas onde funciona o sistema de refrigeração é a que comporta as máquinas responsáveis por classificar o motivo de devolução de cheques. Detalhe: esses equipamentos estão inoperantes desde que a concentração adotou sistema de captura de cheques por imagem.

Para os terceirizados (foto à esquerda) do complexo administrativo, tanto faz se o ar-condicionado está quebrado. Afinal, o local onde eles trabalham, no subsolo do prédio, nunca teve refrigeração. “Aqui é esse bafo o tempo todo. É horrível”, revolta-se uma funcionária. “Com tanto dinheiro que o banco lucra, não custava nada eles colocarem ar-condicionado aqui também.”

Agências – Mas não é apenas essa concentração que sofre com a ineficiência da Genop na zona sul da capital paulista. Pelo menos duas agências bancárias – Vila Santa Catarina e Saúde – estão fechadas ao público devido a problemas na infraestrutura.

A primeira sofreu um ataque com explosivos aos caixas eletrônicos ainda em outubro e até hoje está fechada. Dos seis bancários, três trabalham no local – sem atendimento ao público – e outros três foram deslocados para outra unidade. A agência Saúde está sem ar-condicionado e ficou duas semanas fechada por falta de luz devido a um roubo de fios.

“Vamos continuar cobrando agilidade do setor para que solucione os problemas nas agências. Quanto ao ar-condicionado na Compe, vamos paralisar a concentração caso continue quebrado depois de terça-feira.”


Rodolfo Wrolli – 6/3/2015

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