São Paulo – O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas realizou na sexta-feira 9 a primeira reunião de 2018 contra a nova ofensiva do governo ilegítimo de Temer em ataque às empresas públicas e seus empregados.
Ao fim do encontro, realizado em Brasília, o grupo divulgou nota de repúdio à tentativa de intimidação e censura contra empregados e entidades sindicais que manifestem opinião contrária à da direção das empresas ou do atual governo (leia a íntegra da nota abaixo).
O desmonte das empresas públicas por meio da retirada de direitos dos trabalhadores foi um dos principais assuntos debatidos na ocasião. “Temos a greve dos funcionários dos Correios contra a retirada de direitos. Há, no caso deles, a questão do plano de saúde, que tanto aflige também bancários da Caixa e do BB. E justamente neste momento de eleições tanto para a Cassi quanto para a Funcef (fundo de pensão da Caixa) é importante apoiar pessoas que lutarão contra o desmonte promovido pelo governo Temer”, ressalta o diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB Ernesto Izumi.
“Nessa reunião, o Sindicato levou os problemas dos trabalhadores do BB e da Caixa em relação às reestruturações dos bancos públicos e a consequente perda de direitos promovida pelo atual governo. É fundamental a participação dos bancários e de toda a sociedade nessa luta em defesa das empresas públicas”, acrescenta Ernesto.
“Moção de repúdio à repressão sindical
O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas repudia toda forma de assédio, ameaça, intimidação, censura ou perseguição a empregados e/ou entidades representativas de empresas públicas que manifestem posição ou opinião diferentes da posição oficial adotada pela administração e/ou governo.
A liberdade de expressão é garantida pela Constituição Federal e valor democrático fundamental. A pluralidade de visões e a diversidade de opiniões, também no âmbito das empresas, enriquecem o debate e são importantes para o próprio aperfeiçoamento das instituições.
Apoiamos os empregados da Embrapa perseguidos e demitidos injustamente; o presidente da AFBNDES, que está sendo processado pelo Comitê de Ética do banco; os empregados da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), assediados por terem opiniões diferentes da direção, e todos os empregados de empresas públicas que estejam passando por esse tipo de situação.
A adoção de uma gestão autocrática utilizando o Código de Ética no BNDES e na Embrapa, e do Código de Conduta na EBC – contra ações resultantes de atividades sindicais e do exercício da crítica cotidiana – é um precedente perigoso para todos os trabalhadores de empresas públicas.
A instituição de regramentos por intermédio de códigos deveria ocorrer para disciplinar as relações interpessoais e a postura profissional ajustada à boa convivência, estabelecendo limites aos direitos e às obrigações dos trabalhadores.
No entanto, esses instrumentos estão sendo usados para fundar uma nova ditadura, inclusive adotando a delação de trabalhadores para denúncias em casos de descumprimento destes códigos. É um tipo de conduta abjeto e que só pode ser repudiado, além de representar uma afronta aos tratados ratificados pelo Brasil junto à Organização Internacional do Trabalho.
Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas
Brasília, 9 de março de 2018”