O Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região enviou ofício ao Santander cobrando negociação com a vice-presidenta de Recursos Humanos do banco, Vanessa Lobato. A entidade avalia que o diálogo e a interface feita com o banco pela área de Relações Sindicais se esgotaram. Nos últimos meses, a representação dos trabalhadores reportou inúmeros problemas para os quais não houve nenhuma solução ou mesmo contraproposta.
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Entre as questões apontadas pelo Sindicato que deveriam ter sido objeto de negociação séria e efetiva estão: unificação de cargos; horário estendido nas agências e abertura aos finais de semana; aumento abusivo no convênio SulAmérica; retirada de porta de segurança de agências; descumprimento do acordo de Call Center; desconto de variável na folha de pagamento dos trabalhadores do Vila Santander; e alteração da bandeira dos vales alimentação e refeição.
Além da omissão em buscar soluções para problemas apontados pelo movimento sindical bancário, a postura antissindical do Santander e de desrespeito para com seus funcionários é evidenciada também por ações judiciais impetradas pelo banco contra entidades de representação dos trabalhadores.
Um exemplo é o processo movido pelo banco contra a Afubesp (Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp) com a alegação de que a defesa dos interesses dos trabalhadores, pela via judicial, estaria prejudicando a imagem da instituição. Outro exemplo é a alteração estatutária na Banesprev, que acabou com a governança compartilhada com os trabalhadores e retirou da assembleia dos participantes seu poder deliberativo.
“O que temos visto nas reuniões com o banco são apenas protelações e justificativas sem qualquer fundamento para decisões implementadas sem negociação prévia, o que fere o termo de compromisso assinado pelo banco no Acordo Aditivo. Diante da postura desrespeitosa da direção brasileira, tentamos inclusive nos reunir com a presidenta mundial, Ana Botín, na sua última visita ao Brasil, o que não foi possível”, diz a dirigente do Sindicato e funcionária do Santander, Lucimara Malaquias.
A dirigente lembra ainda que a operação brasileira do Santander é a mais rentável em todo o mundo, sendo responsável por 26% do lucro global, mas que os trabalhadores brasileiros não recebem o merecido respeito por parte da direção do banco no país.
“Não adianta apenas marcar novas reuniões. O que reivindicamos são soluções efetivas para os problemas apontados. A negociação que solicitamos com a vice-presidenta de Recursos Humanos é uma tentativa de reestabelecermos o caminho do diálogo, do acesso às informações e do direito à negociação coletiva. O Santander é um banco internacional e signatário das diretrizes da OCDE para empresas multinacionais, que determinam respeito aos acordos coletivos, ao direito de organização, ao diálogo com os trabalhadores a acesso às informações. O respeito à negociação coletiva não é nenhum favor. É um direito”, conclui Lucimara.
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