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Chapéu
Juros impeditivos

Trabalhadores voltam a protestar nas ruas e nas redes para exigir #JurosBaixosJá

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Imagem mostra dirigentes sindicais bancários segurando uma faixa onde se lê "Banco Central, baixe a taxa de juros já", durante protesto pela redução da taxa básica de juros (Selic)

Bancários e trabalhadores de diversas categorias, em conjunto com a CUT, com demais centrais sindicais e com movimentos populares voltaram a protestar nas ruas e nas redes sociais nesta terça-feira 21 para exigir a redução da taxa básica de juros (Selic) determinada pelo Banco Central (BC).

Atualmente a taxa Selic está em 13,75% ao ano. Mas os juros praticados no mercado são muito mais altos, com o rotativo do cartão de crédito tendo chegado aos 409% ao ano em 2022, por exemplo.

“Estamos novamente em frente ao Banco Central exigindo a baixa dos juros para o desenvolvimento da economia, para a geração de emprego e renda e para o desenvolvimento do país. Se os juros estiverem altos, isto é impeditivo para quem quer comprar uma casa, porque as prestações ficam muito altas. Se você quer comprar um carro e os juros são muitos altos, você não consegue. Se você quiser montar um negócio e os juros estão altos, você não consegue. As pessoas que querem fazer compras não conseguem, porque o rotativo do cartão de crédito é muito alto, então os juros altos são impeditivos para toda economia.”

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região

Os atos realizados em diversas partes do país também cobraram a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF), órgão que julga processos administrativos de grandes devedores e, em geral, beneficia as empresas sonegadoras, porque a maioria dos conselheiros é composta por empresários.

Em São Paulo, dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região; da CUT; das demais centrais e de movimentos populares estenderam uma faixa em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, no ato contra a alta taxa de juros.

Desde as primeiras horas da manhã, várias postagens no Twitter subiram a hashtag #JurosBaixosJá.

De março de 2021 a agosto de 2022 – durante o governo do presidente Jair Bolsonaro –, o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa básica de juros 12 vezes seguidas por conta da inflação. A Selic, que estava em 2% ao ano, atingiu 13,75% ao ano, e assim permanece desde então.

“Juros altos só são bons para os milionários, que têm muito dinheiro e estão ganhando com o mercado financeiro, com os juros que eles ganham, porque 13,75% ao ano é muito dinheiro para quem tem dinheiro. Quem não tem precisa de emprego, renda [...] política pública, industrialização. É o que nós estamos cobrando aqui no Banco Central, e é o que nós queremos do governo. Mas para o governo ter, é preciso de ajuda do sistema financeiro e uma mudança no Banco Central. Por isso, fora Campos Neto e democratização do Carf já”, afirmou Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.

O Brasil pratica uma das maiores taxas de juros do mundo, apesar de não possuir um dos maiores índices de inflação entre os países.

A situação é causada pelo Banco Central, que atua de forma independente por Roberto Campos Neto, presidente do órgão indicado pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

“O que o mercado financeiro sempre quis foi a autonomia total do Banco Central, para ampliar ainda mais seus poderes a fim de estabelecer suas próprias regras e mandatos. Ou seja, institucionalizar um outro poder, paralelo e permanente no centro de decisões estratégicas do país, sem passar pelo voto popular. Importante destacar que a autonomia do BC é apoiada pelos grandes bancos, que têm lucrado como nunca por conta dos altos juros no Brasil”, destacou em artigo a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva.

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