São Paulo – A união entre o Sindicato dos Bancários, CUT, Contraf-CUT, UNI Sindicato Global, e a CWA (Comunicator Workers of America) – o sindicato norte-americano de trabalhadores em comunicação, se consolidou depois da sexta-feira 26, quando foram definidos os próximos passos da organização sindical internacional dos trabalhadores.
A aliança tem como objetivo principal a troca de experiências entre dirigentes sindicais do Brasil e dos Estados Unidos para ajudar na concretização do movimento dos trabalhadores bancários do país norte-americano, onde sequer existe um sindicato que proteja os trabalhadores do setor financeiro.
A diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa explica que cerca de um terço de todos os trabalhadores bancários do mundo estão localizados nos Estados Unidos, e que sua falta de organização sindical é uma ameaça real ao movimento bancário global.
“Em um mundo de economia globalizada, os problemas dos trabalhadores, assim como sua defesa também devem ser encarados de maneira global. Por isso, é fundamental que todos se voltem para ajudar na organização desses trabalhadores norte-americanos”, ressalta Rita.
The Mirror – A primeira realização da aliança foi o lançamento, em fevereiro, da versão bilíngue da publicação O Espelho (The Mirror, em inglês), que pretende informar os funcionários do Banco do Brasil nos Estados Unidos sobre as conquistas dos trabalhadores bancários brasileiros.
Rita explica que a legislação estadunidense dificulta a formação de sindicatos. “Nós discutimos a necessidade de intercâmbio entre dirigentes sindicais brasileiros e norte-americanos. Concomitantemente a isso, estão sendo contatados grupos civis organizados que estão se unindo em torno desses trabalhadores para ajudar na organização”, completa a dirigente.
Esses grupos são de uma variada gama social, mas que têm em comum o sofrimento e a indignação causados pelos bancos. Vão desde estudantes que possuem débitos de mais de um trilhão de dólares no financiamento estudantil e que não têm condições de pagar, até cidadãos que perderam suas casas porque os bancos não financiaram suas dívidas hipotecárias, passando por advogados que defendem trabalhadores com ações judiciais contra as instituições financeiras.
“É uma troca que julgamos extremamente importante, pois acreditamos que para termos uma democracia forte, é fundamental a existência de sindicatos fortes. Nos Estados Unidos, nos últimos anos, a classe média perdeu muito, o nível de emprego caiu assustadoramente, o nível salarial caiu, os benefícios caíram, e isso tudo ocorreu por causa da fragilidade e do enfraquecimento do movimento sindical”, ressalta Rita Berlofa.
“A solidariedade internacional é extremamente importante neste momento de crise financeira mundial. Não podemos mais pensar em um sindicato, ou na luta de classes, de maneira estrita. Temos de pensar em uma forma internacional”, completa Rita.
Rodolfo Wrolli – 30/05/2013
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Em reunião, foram definidos os próximos passos da organização sindical dos bancários norte-americanos
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