São Paulo – Os trabalhadores sairão às ruas na quarta-feira 9 de abril, para lutar por direitos e por um país melhor. Será a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora que reunirá as centrais sindicais, em manifestação unitária, pela Agenda da Classe Trabalhadora que traz reivindicações trabalhistas e propostas de desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de riqueza.
Em conjunto, a expectativa é que sejam mobilizados cerca de 50 mil trabalhadores de diversas categorias. As centrais também pedirão audiência com a presidenta Dilma Rousseff e com os presidentes do Senado, da Câmara e do Tribunal Superior do Trabalho, para entregar documento, que teve coordenação do Dieese.
Nele encontram-se as seguintes reivindicações: manutenção da política de valorização do salário mínimo; redução de jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário; fim do fator previdenciário; 10% do PIB para a Educação; 10% do orçamento da União para a Saúde; reforma agrária e agrícola; regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que é relacionada à negociação coletiva no setor público; igualdade de oportunidades e de salários entre homens e mulheres; valorização das aposentadorias; redução dos juros e do superávit primário; correção e progressividade da tabela do imposto de renda; não ao PL 4.330 da terceirização; transporte público de qualidade e fim dos leilões de petróleo.
A 7ª edição da marcha ocorreu em Brasília, mas esse ano será em São Paulo, local escolhido pelo seu peso na economia brasileira. De acordo com Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT (foto), a manifestação não é contra o governo de São Paulo, nem contra o empresariado paulista. “A marcha não é contra ninguém, é em defesa das bandeiras da classe trabalhadora”, afirmou em coletiva para a imprensa, realizada na segunda 7, na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na capital.
Mobilidade urbana – Segundo Sérgio Nobre, a marcha tratará de uma pauta trabalhista – como redução de jornada e negociação com o setor público – e também vai “dialogar com o sentimento do povo brasileiro, que quer saúde pública, educação de melhor qualidade e mobilidade urbana – que é um tema também muito caro aos bancários, pois aparece como um dos grandes problemas da categoria”.
Além da mobilidade, o Projeto de Lei 4.330 é outra questão que interessa diretamente aos empregados de instituições financeiras. “A marcha também dialoga com os projetos que estão lá no Congresso Nacional que são bastante ruins para a classe trabalhadora, como o PL 4.330 e outros, como a quase que proibição da greve do setor público, também muito ruim”, afirma Sérgio Nobre.
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Não à terceirização – O representante da CUT afirmou que, para os trabalhadores, é importante que o PL 4.330, que permite a terceirização das atividades-fim, seja retirado do Congresso. A retirada não se confundiria com a ausência de regulação, esta necessária para garantir direitos dos terceirizados.
“Hoje existem mais de 12 milhões de trabalhadores terceirizados, nas condições mais precárias que você puder imaginar. Com alta rotatividade, na informalidade, salários extremamente baixos, sem condições de trabalho... É claro que o país precisa de uma regulação desse tema, mas o PL 4.330, além de não fazer essa regulação, cria a possibilidade de ampliar os processos de terceirização em todos os setores indiscriminadamente, retirando direitos e precarizando as condições de trabalho”, explica.
Para o dirigente da CUT, o projeto “precisa ser retirado, para que aí sim, num debate com as centrais sindicais, possa se construir um projeto que ampare e proteja os 12 milhões de terceirizados e garanta trabalho decente para quem está nessa condição”.
SERVIÇO
O que: 8ª Marcha da Classe Trabalhadora
Quando: 9 de abril de 2014
Onde: Concentração na Praça da Sé, a partir das 8h. Saída pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, às 10h, com encerramento no vão livre do Masp, na Avenida Paulista
Mariana Castro Alves – 7/4/2014