Pular para o conteúdo principal

Procurador quer investigar secretários de Alckmin

Linha fina
José Aníbal e Rodrigo Garcia são suspeitos de ligação com o cartel do metrô, mas investigação deve ser autorizada pelo STF pois os dois são deputados federais
Imagem Destaque

São Paulo – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorize a abertura de investigação contra dois secretários do governo de Geraldo Alckmin: José Anibal e Rodrigo Garcia. Eles são acusados de receber propina das empresas do cartel dos trens de São Paulo. O STF tem de autorizar a investigação porque os dois são deputados federais e gozam de fórum privilegiado. Aníbal é do PSDB, mesmo partido do governador, e Garcia é do DEM.

Conhecido como propinoduto tucano, o esquema de corrupção fraudou licitações para aquisição e reformas de trens, construção e extensão de linhas metroferroviárias no estado. Envolveu um cartel de empresas, entre elas as multinacionais Alstom e Siemens, altos funcionários do governo de São Paulo e lobistas. O valor dos contratos, de 1998 a 2013, foi de R$ 40 bilhões, dos quais R$ 10 bi podem ter sido desviados.

O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT), que encabeça na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o movimento pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o escândalo, vê como positiva a atitude do procurador-geral. “É importante que a Justiça investigue o caso, ainda que o pedido venha tarde, porque já deveria ter sido apurado em 1998”, diz o parlamentar.

Para a instalação da CPI são necessárias 32 assinaturas e o documento já conta com 29, mas a iniciativa enfrenta a resistência da bancada do PSDB e dos partidos de sustentação do governo, que são maioria na Alesp.

Marcolino também assina, junto com a bancada do PT, uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo solicitando o afastamento de quatro secretários, suspeitos de envolvimento no cartel. Além de Aníbal e Garcia, o documento pede que sejam afastados os titulares da Casa Civil, Edson Aparecido, e dos Transportes, Jurandir Fernandes. “Todos foram citados em alguma fase da apuração do caso”, explica o deputado.


Andréa Ponte Souza – 4/4/2014

seja socio