São Paulo – Para enxotar as energias negativas que rondam o HSBC, o Sindicato realizou um ato simbolizando um ritual de descarerego em plena Avenida Paulista, com direito a arruda, guiné, manjericão e música de terreiro.
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O local escolhido foi uma agência famosa pelo seu histórico de assédio moral. O desrespeito aos funcionários e as demissões causadas pelo fechamento de agências foram o mote principal do protesto, que ocorreu na quarta-feira 9.
“Cerca de 90% das agências do HSBC trabalham com falta de funcionários. Então não há nada que justifique as demissões”, afirmou o dirigente sindical Sérgio Siqueira.
Uma funcionária do banco inglês reforça. “Quem é caixa tem que fazer o trabalho de quatro, cinco funcionários, e ainda estamos ameaçados de perder o emprego. Hoje eu estou aqui, mas amanhã não sei se vou estar”, relata.
Outra bancária conta que “o assédio moral corre solto e a direção finge que não vê. Passa a impressão de descaso com a gente”, desabafa.
A desmotivação, segundo Sérgio, é geral. “O HSBC é o único banco que não pagou a PLR, e ainda faz malabarismos contábeis para justificar o não pagamento. A rotatividade é alta, os salários estão entre os piores do mercado. Essas questões tiram a motivação e a segurança dos funcionários”, pontua o dirigente.
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Encolhimento – Na base territorial do Sindicato – São Paulo, Osasco e região – houve redução no número de funcionários em pelo menos sete agências. Em Carapicuíba, a única agência da cidade de 370 mil habitantes foi extinta.
De acordo com levantamento do movimento sindical, pelo menos 150 funcionários foram demitidos e 17 unidades tiveram as portas fechadas neste ano em todo o país, o que justifica a insatisfação de clientes e também ex-clientes, como a analista de seguros Magali Messias, que presenciou o protesto.
“Vim aqui justamente para fechar a minha conta. Está cada vez mais difícil achar agências, o atendimento piorou, os caixas (eletrônicos) fecham às 18 horas. Preferi ficar só com a conta no meu outro banco”, declarou.
Suspeito desde o princípio – Embora já tivesse presença no Brasil, o HSBC dá início a sua atuação no varejo em 1997, ao adquirir o Bamerindus em uma transação que até hoje levanta suspeitas. À época, a imprensa noticiou amplamente que o banco britânico acabou lucrando R$ 134 milhões, em valores atuais, na compra.
As dívidas do banco paranaense, no entanto, que somavam cerca de R$ 7,8 bilhões em valores atuais, foram assumidas pelo governo federal por meio do seu Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, o Proer.
“O Bamerindus contava com 30 mil funcionários e 1.200 postos de atendimento na época da sua venda. Hoje o HSBC tem 400 agências e 10 mil postos de trabalho a menos. Os funcionários do banco são seu maior patrimônio, pois são eles que conquistam e mantêm os clientes. Enquanto bancários e clientes não forem respeitados, os protestos do Sindicato vão continuar”, garante o dirigente Sérgio Siqueira.
Rodolfo Wrolli – 9/4/2014
Linha fina
Sindicato promove protesto bem-humorado para denunciar demissões e outros problemas do banco inglês
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