São Paulo – Em discurso no 2º Encontro de Ouvidoria de Bancos, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, anunciou o compromisso de reduzir para cinco dias úteis pelo menos 50% das demandas tratadas nas ouvidorias das instituições financeiras. A diminuição no prazo de atendimento aos clientes em prazos menores que o limite máximo de dez dias úteis está prevista na resolução 4433, que dispõe sobre as ouvidorias, assinada até agora por 18 empresas: ABC do Brasil; Banco do Brasil; Banco do Nordeste; Original; Safra; Toyota; Volkswagen; Votorantim; Banpará; Banrisul; Bradesco; Caixa Econômica Federal; Citibank; China Construction Bank; Itaú Unibanco; Mercantil do Brasil; Santander e Sicredi.
De acordo com Portugal, esse compromisso passará a integrar as normas de Autorregulação Bancária da Febraban, e será supervisionado pela Federação.
“O que a Febraban não informa, é como os bancos reduzirão esse prazo, já que todos eles optam por cortar o quadro de funcionários em prol do lucro das instituições”, critica a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva.
Em 2016 – quando segundo Murilo Portugal somente as seis maiores instituições financeiras atenderam, pelos seus canais internos, mais de 380 milhões de consultas –, o setor bancário extinguiu 20.553 postos de trabalho (dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). E os trabalhadores admitidos ingressaram recebendo em média 54% do que ganhavam os bancários que deixaram os bancos.
Os mais lucrativos – Assim, o setor segue como o mais lucrativo do Brasil. Levantamento feito pela consultoria Economatica mostra que, em 2016, com 23 instituições listadas na Bolsa de Valores, entre 295 empresas pesquisadas, os bancos conseguiram lucrar R$ 48,6 bilhões. A segunda posição é ocupada pelo setor de Alimentos e Bebidas com R$ 14,5 bilhões de lucro.
A lista, que conta com empresas do porte da Ambev, Vale e Eletrobras, é liderada por Itaú (com lucro de R$ 21,6 bi) e Bradesco (com R$ 15 bi). Entre os 20 maiores resultados de 2016, aparecem ainda o Banco do Brasil (R$ 8 bi), o Santander (R$ 5,5 bi), o BB Seguridade (R$ 4 bi) e o BTG Pactual (R$ 3,4 bi).
“Os bancos devem mais empregos à sociedade e aos bancários que adoecem sob a sobrecarga e a pressão por metas inatingíveis diante desse quadro de funcionários cada vez mais enxuto. É isso que melhora sua política de relacionamento e de respeito ao consumidor, Febraban”, ressalta Ivone.