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Chapéu
'Lista Suja'

Trabalho escravo: nova lista tem pastelarias e empresa na Cidade do Rock

Linha fina
Relação atualizada inclui 165 nomes de estabelecimentos e empregadores, com quase 2,3 mil pessoas flagradas pela fiscalização do Ministério do Trabalho
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Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

São Paulo – Por decisão judicial, o Ministério do Trabalho publicou nesta terça-feira 10 uma versão atualizada da chamada "lista suja", o cadastro de empregadores autuados por submeter trabalhadores à condição análoga à de escravo. A nova relação tem 165 nomes de patrões e empresas. Confira aqui a lista atualizada, com acréscimo de 34 nomes – a anterior havia sido divulgada em outubro. No total, são quase 2,3 mil trabalhadores flagrados pelo país.

Além de lugares "tradicionais" em que a prática é flagrada, como fazendas, carvoarias e oficinas de costura, a lista traz outros locais como pastelarias e lanchonetes. São, ao todo, sete pastelarias, todas no Rio de Janeiro, com 13 pessoas flagradas em condição análoga à de escravidão – a fiscalização tem encontrado chineses nesses estabelecimentos. Uma delas fica no bairro de Copacabana, na zona sul, um dos cartões-postais da cidade. A "lista suja" também inclui uma empresa de alimentos na Cidade do Rock, também no Rio, envolvendo 17 trabalhadores. 

Dos 165 nomes, 42 são de Minas Gerais. Em seguida, vem o Pará, com 20. Apenas em um grupo de fazendas em Minas foram flagrados 348 trabalhadores em situação de escravidão. Em um canteiro de obras de Conceição de Mato Dentro, no mesmo estado, outros 173. A terceira maior quantidade vem de uma usina de açúcar e álcool de Perobal (PR).

"A lista precisa ser atualizada e divulgada periodicamente, para cumprir seu papel como uma das mais poderosas ferramentas na luta pela erradicação do trabalho escravo", afirma o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Silva. 

No ano passado, o Ministério do Trabalho baixou portaria modificando o conceito de trabalho escravo. Houve forte reação contrária, e a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a norma. Posteriormente, o próprio Ministério recuou.

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