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Disputa e resgate de princícios conduzem CUT/SP

Linha fina
Para dirigentes, permanecem os desafios da solidariedade, liberdade a autonomia sindical, organização no local de trabalho e o fim do imposto sindical.
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São Paulo - A CUT São Paulo deu início à 14ª Plenária Estatutária Professor Carlos Ramiro na tarde de quarta-feira 28, com mais de 200 delegados e delegadas de todas as regiões do estado, reunidos no Centro Cultural Adamastor, em Guarulhos.

Até sexta 30, seriam discutidas e aprovadas propostas para a estratégia, o plano de lutas e o estatuto da Central, além do encaminhamento de resoluções aprovadas no 11º Congresso Nacional da CUT (Concut) e no 13º Congresso Estadual da CUT/SP, entre outras deliberações.

Após a leitura e aprovação do regimento interno, os delegados/as participaram da mesa "Valores, princípios e desafios para o próximo período", com a presença de movimentos populares.

A coordenadora da Escola Nacional Florestan Fernandes, Simone Silva Pereira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), lembrou aos sindicatos que falar de valores e de uma prática militante significa partir do pressuposto de uma tradição socialista, princípio que orientou a construção da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo, há 30 anos.

Segundo a militante, é preciso entender que problemas como a fome, a falta de distribuição de terra ou de moradia fazem parte de um modelo de sociedade. "A solidariedade deve ser uma ação consciente para os interesses de classe e a indignação diante de uma injustiça, seja ela qual for, deve fazer parte de nós".

Simone ressaltou que a pedagogia do exemplo muitas vezes ensina mais do que teoria. "É necessário que sejamos modelo de partilha, ousadia e honestidade para inspirar outras pessoas. É na luta que as pessoas se formam", disse.

A crítica, a auto-crítica, o respeito e o cuidado com a vida coletiva tiveram destaques durante a plenária. Para a trabalhadora rural, esses valores devem estar permeados de mística que, apesar de representar um elemento subjetivo, também reflete na luta e na disposição do cotidiano.

Reforma política e diálogo com a juventude - A disputa da hegemonia na sociedade por meio da reforma política, bem como o resgate aos princípios fundantes da Central - com liberdade e autonomia sindical, organização no local de trabalho e o fim do imposto sindical - foram os principais desafios para o próximo período apontados por Aparecido Donizete da Silva, secretário-adjunto de Administração e Finanças da CUT Nacional.

Na avaliação do dirigente, a reforma do sistema político é um dos caminhos a seguir para inverter a lógica do Congresso Nacional, onde hoje prevalece o interesse do empresariado. "A Câmara dos Deputados não representa a sociedade brasileira, pois elegemos banqueiros, latifundiários e empresários. Muitos de nós é contra o financiamento público de campanha por acharmos que será mais imposto, mas, com o modelo atual, é impossível a representação política da classe trabalhadora", criticou.

Reforma tributária com taxação das grandes fortunas, a representação dos trabalhadores/as terceirizados e a democratização das comunicações no Brasil também foram pontuados por Donizete. "É preciso mostrar à sociedade que essa mídia, tão concentrada na mão de poucos donos, não permite contraponto", afirma.

Por fim, Donizete destacou que permanece o desafio do movimento sindical para a organização da juventude. "Ficamos assustados quando os jovens foram às ruas em junho passado, pois algo acontece e não respondemos a essa juventude. Estamos de fato representando essa faixa etária?", questionou.

Donizete ainda destacou que permanece o desafio de o movimento sindical organizar a juventude. "Ficamos admirados quando os jovens foram às ruas em junho passado, pois algo acontece para que eles cobrem. Isso nos faz questionar se estamos representando e dando respostas a essa juventude", pontuou.

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Flaviana Serafim e Vanessa Ramos, da CUT São Paulo - 30/5/2014

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