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São Paulo – Em discurso de uma hora na noite de quarta 20 para trabalhadores do sistema financeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou clara sua opinião de que as dificuldades pelas quais o país passa atualmente são conjunturais, não de governo, e que quem pode resolvê-los é o projeto progressista que venceu as eleições, e não projeto conservador, que perdeu.
"É preciso reconhecer que existem dificuldades e que somos nós que vamos resolver. E isso se resolve levantando a cabeça, não abaixando", afirmou, na abertura do Seminário Nacional de Estratégia para o Ramo Financeiro, organizado pela Contraf-CUT. Os debates prosseguem nesta quinta 21 e sexta 22.
"Tem gente que no Brasil está pedindo a Deus para que a gente passe quatro anos nessa agonia. Agora eles não querem mais atacar a Dilma, eles pensam em balear o Lula. Eles se enganam, porque eu sei apanhar", ironizou.
Lula reconheceu que a economia do país passa por dificuldades, mas defendeu o ajuste fiscal proposto pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. "É um momento muito delicado da história do país. Precisamos compreender o que está acontecendo – no país e no mundo – para tomar as decisões corretas".
Segundo ele, o ajuste é necessário para que o país pague contas assumidas ao se comprometer com os avanços sociais conquistados, inclusive com desonerações fiscais, para a criação de empregos e geração de renda para a classe trabalhadora. "Não há nenhum motivo para não acreditar neste país. Poucos países têm as condições para o desenvolvimento que o Brasil têm. Este país tem um mercado interno forte, tem um povo trabalhador, tem um setor bancário público de fazer inveja ao mundo. Os desafios estão aí, precisamos de uma nova política industrial, precisamos exportar mais... Mas tudo isso só se resolve com trabalho e confiança no país".
Para ele, a presidenta também conhece as necessidades da economia para além do ajuste fiscal. "Dilma sabe que tem que apresentar ao país um programa de desenvolvimento, de infraestrutura."
Lula acrescentou, porém, que a luta dos trabalhadores é legítima e a greve faz parte do processo de mobilizações. "Nunca pedi a vocês para não fazerem greve, porque vocês podem estar mal com o presidente Lula ou com a presidenta Dilma, mas vocês não podem estar mal com a categoria de vocês. A Dilma sabe disso", disse o ex-presidente, sob aplausos.
Lideranças - Antes de Lula, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto), afirmou que o país tem "um sistema financeiro que mais tira recursos da sociedade do que ajuda a financiá-la para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Cabe a nós cobrar que os bancos privados, e também os públicos, cumpram seu papel". Ela lembrou que no governo Lula (2003-2010) o volume de crédito, que correspondia a 22% do PIB, chegou a 60%.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que o país vive um momento de enfrentamento de classes. Freitas disse que a direita tenta desconstruir as políticas públicas estabelecidas pelos governos petistas. "Eles instrumentalizam o Judiciário e a mídia. Tentam fazer uma judicialização da política para desconstruir o que construímos, como aconteceu nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek."
Segundo ele, o enfrentamento contra a agenda "reacionária” do Congresso, simbolizada pelo PLC 30/2015, requer a unidade dos trabalhadores e movimentos sociais. “A paralisação do dia 29 de maio é contra isso."
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, abriu o seminário. "Vamos deixar claro que não aprovamos um plano de ajuste que penalize o trabalhador. Queremos a taxação das grandes fortunas, que os ricos contribuam com sua parte. Que tenha uma reforma tributária e redistribuição de renda", afirmou, para depois ressaltar que o governo Dilma é o mais próximo do trabalhador. “Somos parceiros do governo, sabemos que esta escolha tinha responsabilidade e um preço. Mas, estaremos nas ruas para defender, junto com a CUT, o direito dos trabalhadores na paralisação do dia 29.”
Leia mais
> Bancários vão parar no dia 29 contra o PL da Terceirização
> Bancários debatem estratégia para ação sindical
Redação, com informações de Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual, do Instituto Lula e da Contraf-CUT - 21/5/2015
"É preciso reconhecer que existem dificuldades e que somos nós que vamos resolver. E isso se resolve levantando a cabeça, não abaixando", afirmou, na abertura do Seminário Nacional de Estratégia para o Ramo Financeiro, organizado pela Contraf-CUT. Os debates prosseguem nesta quinta 21 e sexta 22.
"Tem gente que no Brasil está pedindo a Deus para que a gente passe quatro anos nessa agonia. Agora eles não querem mais atacar a Dilma, eles pensam em balear o Lula. Eles se enganam, porque eu sei apanhar", ironizou.
Lula reconheceu que a economia do país passa por dificuldades, mas defendeu o ajuste fiscal proposto pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. "É um momento muito delicado da história do país. Precisamos compreender o que está acontecendo – no país e no mundo – para tomar as decisões corretas".
Segundo ele, o ajuste é necessário para que o país pague contas assumidas ao se comprometer com os avanços sociais conquistados, inclusive com desonerações fiscais, para a criação de empregos e geração de renda para a classe trabalhadora. "Não há nenhum motivo para não acreditar neste país. Poucos países têm as condições para o desenvolvimento que o Brasil têm. Este país tem um mercado interno forte, tem um povo trabalhador, tem um setor bancário público de fazer inveja ao mundo. Os desafios estão aí, precisamos de uma nova política industrial, precisamos exportar mais... Mas tudo isso só se resolve com trabalho e confiança no país".
Para ele, a presidenta também conhece as necessidades da economia para além do ajuste fiscal. "Dilma sabe que tem que apresentar ao país um programa de desenvolvimento, de infraestrutura."
Lula acrescentou, porém, que a luta dos trabalhadores é legítima e a greve faz parte do processo de mobilizações. "Nunca pedi a vocês para não fazerem greve, porque vocês podem estar mal com o presidente Lula ou com a presidenta Dilma, mas vocês não podem estar mal com a categoria de vocês. A Dilma sabe disso", disse o ex-presidente, sob aplausos.
Lideranças - Antes de Lula, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto), afirmou que o país tem "um sistema financeiro que mais tira recursos da sociedade do que ajuda a financiá-la para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Cabe a nós cobrar que os bancos privados, e também os públicos, cumpram seu papel". Ela lembrou que no governo Lula (2003-2010) o volume de crédito, que correspondia a 22% do PIB, chegou a 60%.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que o país vive um momento de enfrentamento de classes. Freitas disse que a direita tenta desconstruir as políticas públicas estabelecidas pelos governos petistas. "Eles instrumentalizam o Judiciário e a mídia. Tentam fazer uma judicialização da política para desconstruir o que construímos, como aconteceu nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek."
Segundo ele, o enfrentamento contra a agenda "reacionária” do Congresso, simbolizada pelo PLC 30/2015, requer a unidade dos trabalhadores e movimentos sociais. “A paralisação do dia 29 de maio é contra isso."
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, abriu o seminário. "Vamos deixar claro que não aprovamos um plano de ajuste que penalize o trabalhador. Queremos a taxação das grandes fortunas, que os ricos contribuam com sua parte. Que tenha uma reforma tributária e redistribuição de renda", afirmou, para depois ressaltar que o governo Dilma é o mais próximo do trabalhador. “Somos parceiros do governo, sabemos que esta escolha tinha responsabilidade e um preço. Mas, estaremos nas ruas para defender, junto com a CUT, o direito dos trabalhadores na paralisação do dia 29.”
Leia mais
> Bancários vão parar no dia 29 contra o PL da Terceirização
> Bancários debatem estratégia para ação sindical
Redação, com informações de Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual, do Instituto Lula e da Contraf-CUT - 21/5/2015