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Último dia para votar no relatório da Cassi

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Sindicato indica aprovação do balanço anual, que não deve ser confundido com o debate do déficit
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São Paulo - A votação do relatório anual da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil) termina nesta segunda 4 e o Sindicato defende que os participantes da ativa e aposentados o aprovem.

O relatório detalhada o fluxo de entrada de recursos na entidade e o montante utilizado para os diversos serviços médicos e hospitalares dos participantes.

Silvia Muto, diretora do Sindicato e integrante do Conselho de Usuários da Cassi, afirma que o déficit apresentado já era de se esperar, pois os custos médicos aumentaram bem mais do que os repasses feitos pelos funcionalismo e pelo BB para a entidade. “Aprovar o relatório não é ser conivente com o déficit mas, sim, reconhecer que devido a essa situação financeira devemos urgentemente discutir os caminhos para que a entidade supere as dificuldades.”

O quadro deficitário, segundo a dirigente sindical, não é exclusividade da Cassi. De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde), que regulamenta todo o setor de saúde suplementar no Brasil, a maioria das operadoras tiveram resultado bem abaixo do esperado.

“Estamos diante de uma crise no sistema de saúde suplementar. Em 2015, a inflação médica deve chegar a 18%. No caso da Cassi o cenário é mais preocupante, pois a única forma de entrada de recursos é o percentual de 7,5% da folha de pagamento do BB. E a cada ano o custo da saúde sobe de forma desigual em relação aos nossos salários”, explica Silvia Muto.

A dirigente destaca, ainda, ser necessário observar o quadro deficitário da caixa de assistência  em um prazo mais longo, pois ele não é um problema apenas da gestão atual. Nos relatórios anteriores fica evidente que, desde 2004, a Cassi recebe aportes extraordinários por parte do banco.

Em 2007, a estatal fez um acerto em sua participação para os funcionários que entraram na empresa em 1998, no entanto fez recolhimento de 3% e não de 4,5% conforme definido em estatuto. Em 2010, houve a receita referente ao 13º salario e recursos do BET (Beneficio Especial Temporário), os quais se referiram ao superávit do plano 1 da Previ. Todos esses aportes representaram uma receita anual para a Cassi na ordem de R$ 100 milhões.

“Resgatar o passado evidencia que os gastos da Cassi permaneceram os mesmos. O que ocorreu no ano passado, e ocorrerá também em 2015, é que não houve entrada de recursos extraordinários”, afirma Silvia Nuto, “Assim, avaliamos que pensar apenas no custeio não mudará a situação financeira da Cassi. Para mudar esse cenário, é essencial que haja investimentos para que o Modelo de Atenção Integral a Saúde seja disponibilizado para todo o corpo social.”

A diretora do Sindicato reforça ainda que o relatório apresentado pela diretoria da Cassi reflete a situação financeira da entidade. “Ela não está inventando valores para dizer que não há problemas financeiros na entidade. Aprovar o relatório é a primeira etapa para que possamos discutir com o banco o futuro da Cassi.”


Redação - 4/5/2015
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