Mesmo na crise econômica agravada pela pandemia, o Bradesco apresentou lucro líquido recorrente (que exclui efeitos extraordinários) de R$ 6,5 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 73,6% em relação ao mesmo período de 2020.
Ainda assim, o banco extinguiu 8.547 postos de trabalho em 12 meses (de março de 2020 a março de 2021), dos quais 888 empregos foram cortados neste primeiro trimestre.
“Isso é um exemplo da falta de responsabilidade social do Bradesco. O setor bancário continua apresentando lucro mesmo na crise pela qual estamos passando. Como uma empresa lucrativa, deveria ajudar o Brasil e a sociedade, mas ao invés disso extingue empregos e demite milhares de trabalhadores. Cortou mais de 8 mil postos de trabalho, quando o Brasil bate recordes de desemprego. Um desserviço ao país em uma crise humanitária”, destaca a dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Bradesco, Karen Souza.
Com o fechamento dos 8.547 postos de trabalho, a holding contava com 88.687 empregados no país no final de março de 2021. Em doze meses, também foram fechadas 1.088 agências e abertas 700 unidades de negócios, totalizando 3.312 agências e 766 unidades de negócio.
Outros dados
O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco (ROE) foi de 18,7%, com alta de 7 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. Segundo o relatório do banco, o crescimento observado no resultado, em relação ao primeiro trimestre de 2020, é reflexo de menores despesas com PDD (provisão para devedores duvidosos) no período e da redução das despesas operacionais, além do aumento da margem financeira com clientes e mercado e do resultado das operações de seguros.
A Carteira de Crédito Expandida do banco cresceu 7,6% em doze meses, atingindo R$ 705,2 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 13% no período, totalizando R$ 270,2 bilhões, com destaque para o financiamento imobiliário (+38,1%), o crédito consignado (+11,5%) e o crédito rural (+9.3%). As operações com pessoas jurídicas somaram R$ 434,9 bilhões no país, com alta de 4,6% em doze meses. Nesse segmento destacaram-se o capital de giro (+30,7%), o crédito imobiliário (14,5%) e o CDC/ Leasing (+9,2%). O Índice de Inadimplência para atrasos superiores a 90 dias caiu 1,2 p.p., ficando em 2,5% no 1º trimestre. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 35,7% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 4,7 bilhões em março de 2021.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 2,9% em doze meses, totalizando R$ 6,5 bilhões. As despesas de pessoal considerando a PLR, por sua vez, caíram 4,6%, somando R$ 4,8 bilhões. Com isso, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco aumentou para 135,75% no período.